Há alguns dias atrás, faleceu a mãe do nosso querido irmão Cláudio Kazuo Hiraoka e ontem durante a missa de sétimo dia, a família é católica, eu recebi um pequeno encarte com a despedida da Dona Guiomar e não poderia deixar de compartilhar com todos os irmãos diante das verdades que ele encerra.
Ir.´. Caio R. Reis
Nada aconteceu. Tudo permanece exatamente como foi. Eu sou
eu, você é você, e antiga vida que vivemos tão maravilhosamente juntos
permanece intocada, imutável. O que quer que tenhamos sido um para o outro,
ainda somos.
Chame-me pelo antigo apelido familiar. Fale de mim da maneira
que sempre fez. Não mude o tom. Não use nenhum ar solene ou de dor. Ria como
sempre fizemos das piadas que desfrutamos juntos. Brinque, sorria, pense em
mim, reze por mim. Deixe que o meu nome seja uma palavra comum em casa, como
sempre foi.
Faça com que seja falado sem esforço, sem fantasma ou sombra. A
vida continua a ter o significado que sempre teve.
Existe uma continuidade absoluta e inquebrantável. O que é
esta morte senão um acidente desprezivel? Porque ficarei esquecida se estiver
fora do alcance da visão? Estou simplesmente à sua espera, como num intervalo,
bem próxima, na outra esquina.
Está tudo bem!”
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