Autor: Ir. Marco Aurélio Guidugli dos Santos M.´. M.´.
O TRIÂNGULO
Da Simbologia do Triângulo
"Triângulo - poligono que tem três ângulos e três lados."
Definição do dicionário (Dicionário Aurélio online) .
No plano, triângulo (também aceito como trilátero) é a figura
geométrica que ocupa o espaço interno limitado por três linhas retas que
concorrem, duas a duas, em três pontos diferentes formando três lados e três
ângulos internos que somam 180°. Também se pode definir um triângulo em
superfícies gerais. Também podemos dizer que o triângulo é a união de três
pontos não-colineares (pertencente a um plano, em decorrência da definição
dos mesmos), por três segmentos de reta.
O triângulo é o único polígono que não possui diagonais e cada um de seus
ângulos externos é suplementar do ângulo interno adjacente. O perímetro de
um triângulo é a soma das medidas dos seus lados. Denomina-se a região
interna de um triângulo de região convexa (curvado na face externa) e a
região externa de região côncava (curvado na face interna).
• Um triângulo equilátero possui todos os lados congruentes ou seja
iguais. Um triângulo equilátero é também equiângulo: todos os seus
ângulos internos são congruentes (medem 60°), sendo, portanto,
classificado como um polígono regular.
Denomina-se base o lado sobre qual se apóia o triângulo. No triângulo
isósceles, considera-se base o lado de medida diferente.
Todos esses triângulos são os mesmos encontrados num plano de duas
dimensões, porém em grandes extensões, como na superfície do planeta por
exemplo, os ângulos para continuarem os mesmos é necessário que o
comprimento dos lados sejam deformados ou seja ampliados em igual
proporção ao perímetro da esfera.
Equilátero
O Número Três
A UNIDADE gera a DUALIDADE e esta é constituída pelos “contrários”,
que se afastam na medida em que cresce o ângulo por ela formado para
posteriormente se aproximarem novamente, com diminuição daquele ângulo,
até à fusão dos dois raios no equilíbrio da UNIDADE. Mas a existência destes
dois aspectos “contrários”, partindo de um ângulo e cumprindo a eternidade do
movimento perpétuo, nada cria de real. São aspectos metafísicos que não
formariam nenhuma forma real e nada materializam.
Assim, um terceiro elemento há que ser juntado aos dois primeiros para
que a Vontade Suprema, expressa antes apenas pela sua manifestação, se
materialize com o aparecimento da “forma”, eis que o ponto (YOD) situado no
centro do círculo (ZERO), ou a linha que parte deste ponto (UM) e se divide
nos “contrários” (DOIS) não constituem um sólido com “forma” definida. A
adição de um terceiro elemento, originado pela firmeza do pensamento, por
uma elevada devoção, regida por sólida Sabedoria e exercitado por louváveis
desejos de Ações, cria a “forma” original que é a consequência do elemento
formado por aqueles propósitos e que liga aqueles dois raios formando o
Triângulo que é a “forma” primitiva e perfeita, geradora de muitas outras formas
poligonais. É o TRÊS, número considerado perfeito porque resulta da soma da
UNIDADE com a DUALIDADE, conduzindo ao equilíbrio dos “contrários” e
realizando os propósitos de Deus, que é a elevação do homem.
Como é visto no estudo do número TRÊS, o Triângulo é o mais
importante símbolo maçônico. Aliás, não é só a Maçonaria que cultua o
simbolismo desta figura. Outras religiões também o fazem, principalmente
porque é a representação simbólica perfeita dos TRÊS aspectos do
ABSOLUTO, aspectos estes de absoluta igualdade perfeitamente
representada pelos lados do Triângulo equilátero.
Nas religiões cristãs ele representa a Trindade Divina - Pai, Filho e
Espírito Santo, as religiões orientais veem nele os três aspectos do Logos. Em
qualquer delas se vê a Unidade do Todo, a Dualidade da Manifestação e a
Trindade Perfeita.
Diz o nosso Ritual do Primeiro Grau que:
“A diferença, o desequilíbrio, o antagonismo que existem no número DOIS,
cessam repentinamente, quando se lhe ajunta uma TERCEIRA unidade. A
instabilidade da divisão ou da diferença, aniquilada pelo acréscimo de uma
TERCEIRA unidade, faz com que simbolicamente, o número TRÊS converta
em unidade”.
O que há de importância a ser esclarecido neste parágrafo do Ritual é
que a unidade que ele diz dever ser juntada ao número DOIS e, ainda, a
unidade nova em que ela diz transformar-se o número TRÊS, não é, de
nenhuma forma, a UNIDADE de que até agora vimos falando. Esta, imaterial e
incognoscível, que se exterioriza simbolicamente no número UM, é a própria
Lei Divina, código regulador do ABSOLUTO, representado pelo ZERO.
Um ponto e uma linha isoladamente, não têm a capacidade para
comunicar uma forma real. Enquanto o ponto é sem dimensão, simples e
isolado, a linha é apenas a trajetória do deslocamento daquele ponto quase
imaterial. Quando, porém, reúnem-se TRÊS linhas e completa-se o Triângulo,
este se apresenta com forma superficial perfeitamente compreensível e
verificável. Aqui, com um pouco de meditação, chegaremos a compreender o
fenômeno de transformação do imaterial, do informe, para o aspecto material
com forma concreta. Várias linhas isoladas não nos dão qualquer idéia de
forma, mas, quando TRÊS delas se reúnem e firmam um Triângulo, temos uma
figura de superfície perfeitamente clara e definida. O Aprendiz deve meditar
sobre este simbolismo que explica como o transcendente, o espiritual, o
imaterial, pode, segundo as determinações de sua Vontade Suprema,
manifestar-se e tornar-se perfeitamente claro e compreensível aos nossos
olhos. É o que podemos chamar de manifestação do Imanifestado!
Na Maçonaria, o Triângulo assume um simbolismo de capital e
transcendental importância. É, pode-se dizer, o fulcro em torno do qual gira
toda a simbologia maçônica.
Toda a Perfeição, em seu mais alto grau, está representada,
simbolicamente, na figura ímpar do triângulo equilátero com seus TRÊS lados e
TRÊS ângulos, matemática e absolutamente iguais.
Já os antigos egípcios davam ao triângulo uma interpretação esotérica
na qual ele representava a própria natureza, o germe, a gênesis, a criação e
tudo o mais que, por suas próprias qualidades intrínsecas e extrínsecas, é
capaz de produzir e de manter a vida. A base do simbolismo egípcio
assentava-se no triângulo isósceles, no qual a linha vertical de seu ângulo reto,
simbolizava Osíris, o princípio masculino, a linha horizontal representava Ísis, o
princípio feminino e a hipotenusa, que une as duas, era Hórus, resultante da
fusão daqueles dois princípios criadores.
Pitágoras, conhecedor desta simbologia, confirmou-a na demonstração
do teorema por ele proposto de que a soma dos quadrados dos dois lados
menores era igual ao quadrado do lado maior, o que pode ser entendido
simbolicamente que Hórus é o resultado da conjunção de Osíris e Ísis e
representa, assim, a vida.
Este teorema corresponde em todos os sentidos à perfeição preconizada
pelo ideal maçônico e, por isto mesmo, sua representação foi adotada para o
Grau Três da Maçonaria constituindo a joia do Past-Master, é conhecido como
quadragésimo sétimo Postulado de Euclides ou Teorema de Pitágoras, por ter
sido, provado por ele geometricamente.
Na antiga Maçonaria egípcia, o que hoje denominamos de Pitágoras, por
ter sido, como já se viu provada por ele sob a forma de uma prancheta
triangular negra, de lados perfeita e absolutamente iguais, representando cada
um deles a matéria, o meio e o germe, elementos vitais que, reunidos, formam
a germinação da própria vida. Nesta prancheta escreviam-se as três perguntas
principais, de cujas respostas muito se interessam a Maçonaria para se
aquilatar das condições morais do Candidato. São elas:
a) Quais são os deveres do homem para com Deus?
b) Quais são os deveres do homem para com Humanidade?
c) Quais são os deveres do homem para consigo mesmo?
Estas três perguntas (hoje acrescidas de algumas outras) são, tal como
os lados do Triângulo, iguais entre si porque as concepções de Deus,
Semelhante e Eu, são as componentes que constituem a Unidade Universal.
Quando os anseios do “Eu” se harmonizam com os anseios dos
“Semelhantes”, estes anseios vibram em consonância com os anseios de
“Deus”. Esta grande verdade já tinha sido declarada pelo Mestre, Senhor Jesus
quando disse:
João X, 30 - “Eu e o Pai somos UM”.
e mais:
João XVII, 21 - “a fim de que todos sejam UM: e como és tu, ó Pai, em mim e
eu em ti, também sejam eles um em nós; para que o mundo creia que tu me
enviaste”.
e, ainda:
João XVII, 22 - “Eu lhes tenho transmitido a glória que me tens dado, para que
sejam UM, como nós o somos”.
e, finalmente:
João XVII, 23 - “eu neles e tu em mim, a fim de que sejam aperfeiçoados na
UNIDADE, para que o mundo conheça que tu me enviaste a mim e que os
amaste como também amaste a mim”.
Agora podemos sentir, depois de conhecermos o simbolismo do número
TRÊS, a igualdade das linhas do triângulo, como é fácil a interpretação
daqueles textos bíblicos. O Mestre Jesus tentava explicar o tríplice aspecto - o
Pai, Ele e eles - da Universidade da UNIDADE!
O Mestre Jesus já tinha unido DOIS aspectos, isto é, duas das linhas do
triângulo - o Pai e Ele - e esta união formava o UM (Eu e o Pai somos UM) e
pedia ao Pai que concedesse a união do terceiro aspecto, ou a terceira linha -
Eles - para que o Triângulo se completasse “afim de que todos sejam UM”,
dizia o Mestre Jesus, mas para isto necessário se tornava que dada a união já
existente entre os dois primeiros elementos; o terceiro, isto é, “Eles”, fossem
“aperfeiçoados” na UNIDADE”.
Este aperfeiçoamento do Ternário na UNIDADE é, justamente, o Ideal
Maçônico. É a Perfeição Maçônica. É, enfim, o perfeito Mestre Maçom.
O Ritual do Aprendiz Maçom tece considerações menores sobre o
número TRÊS e descuida-se de seu aspecto principal que é, como vimos, o
Triângulo. Para que este estudo não fique incompleto, nos reportaremos
àquelas considerações.
Conforme a Instrução do Ritual, o número DOIS apresenta desequilíbrio
e antagonismo. Anteriormente já o havia qualificado de terrível e fatídico,
terminando por aconselhar ao Aprendiz para que não se aprofundasse no seu
estudo. Pusemo-nos contra este conselho e insistimos mesmo no estudo do
número DOIS para que o Aprendiz pudesse entendê-lo e ver nele também a
possibilidade da UNIDADE. As palavras do Mestre Senhor Jesus nos mostram
que “Ele” e “Deus” estavam, apesar de serem DOIS, em perfeito equilíbrio, sem
antagonismos, sem terribilidade e sem fatidicidade, pois que juntos eram UM!
Assim, não é a simples presença de uma terceira unidade que faz
cessar o desequilíbrio. Este desequilíbrio pode, como ensina o Mestre Jesus,
não existir no número DOIS. O que a terceira unidade faz é converter a
unidade dual, inconsistente, vaga e indeterminada, em unidade ternária,
perfeita, existente por si mesma, uma unidade de vida enfim!
O número TRÊS é, pois, o primeiro número perfeito e completo e o
triângulo é, também, a forma perfeita que apresenta três dimensões
necessárias para que o objeto tenha forma e esteja, assim, completo.
TRÊS, diz a Instrução, é o número da Luz, correspondente a Fogo,
Chama e Calor. O Maçom deve ter em si o Fogo do amor para com tudo o que
é bom, justo e honesto; deve ter mais a Chama da Vontade para cumprir com
paciência, resignação e determinação, o programa por ele traçado para a
conquista da Perfeição; deve ter, finalmente, o Calor da Inteligência e da
Sabedoria, para poder distinguir o Bem, o Belo e o Perfeito nas mínimas coisas
que se lhe deparam! Amor, Vontade e Inteligência; constituem o significado
dos TRÊS PONTOS que todo Maçom deve ter a honra de apor à sua
assinatura, colocando-os de maneira a formarem um triângulo de Perfeição.
Estende-se o Ritual em considerações sucintas sobre os principais
pontos de vista em que o temário pode ser apreciado. Ali, nada mais há que
citações de ternários que se sucedem, desde a antiguidade, ora constituídos de
elementos materiais, ora ainda de procedimentos temporais; ora, por fim, de
concepções cabalísticas ou herméticas, filosóficas ou religiosas, que são, para
o Aprendiz, de fácil alcance para sua compreensão.
Concluímos que na Maçonaria Simbólica o número TRÊS representa o
ápice da perfeição. O maior grau que se pode galgar nesta Maçonaria
Simbólica é o Grau Três, isto é a condição de Mestre Maçom. Isto quer dizer
que ele alcançou o máximo da Sabedoria em todos os seus conhecimentos
maçônicos e tem todos os conhecimentos e segredos que a Maçonaria lhe
pode oferecer. Supõe-se, também, que nesta altura ele ostente uma
personalidade completa, “Justa e Perfeita” e, por isto, está isento de vícios e é
um cultor inveterado das Virtudes! Pela sua condição de possuidor do Terceiro
Grau é de concluir-se que ele é manso e humilde de coração, é cordato e
fraterno, tem gentileza no trato e cultiva com amor a Humildade. Exercita a
Fraternidade em toda a sua extensão e trata seus irmãos com urbanidade e
zelo, sabendo desculpar os seus erros e relevar as suas faltas. O Mestre
Maçom é, enfim, o homem perfeito e, só assim, poderá ele por à sua assinatura
o respeitável emblema dos três pontos que afirmam possuir ele Vontade,
Sabedoria e Inteligência!
O triângulo esconde, por detrás da sua simplicidade aparente, toda uma
significação, toda uma simbologia, que através das idades, dos séculos e das
civilizações, o homem nunca ignorou e sempre soube respeitar, consciente ou
inconscientemente.
Desta forma, o simbolismo do triângulo cruza se com o do número Três.
E Três é universalmente um número fundamental que exprime uma ordem
intelectual e espiritual, em Deus, no Cosmos e no Homem.
Na generalidade das culturas e das civilizações, a apreensão e a
compreensão do homem sobre o mundo, sobre o real e o espiritual, sempre
repousou num sistema triádico.
• O Budismo possui a sua expressão acabada no Triratna (Buddha,
Dharma, Sangha).
• Para os hindus, a Manifestação Divina é tripla (Trimúrti): Brahma,
Vishnu, Shiva, aspectos produtor, conservador e transformador.
• Na tradiçao persa, o numero Três aparece frequentemente dotado de
um carâcter mágico religioso. É de realçar jà a presença deste algarismo
na religião do Antigo Irão, cuja tripla divisa é Bom Pensamento, Boa
Palavra, Boa Ação.
• O numero Três liga-se igualmente ao rito das flechas divinatórias
(azlâm), característico dos povos árabes anteriores ao Islão: a terceira
flecha designava o local, o tesouro, o eleito, etc.
• Na tradição dos Fiéis da Verdade (Ahl i Haqq), no Irão, atribui se ao
número Três um carâcter sagrado. Podemos encontrá-lo muito
frequentemente nas narrativas de cosmogonia e na descrição de atos
rituais.
• A Kabala multiplicou as especulações sobre os números, mas parece,
no entanto, ter privilegiado a Lei do Ternário. Tudo procede
necessariamente por Três que constituem, contudo, um todo uno. Em
todo o ato, único em si mesmo, distinguem se assim:
1. O princípio de ação, causa ou sujeito da ação
2. A ação desse sujeito, o seu verbo
3. O objeto dessa ação, o seu efeito ou o seu resultado
Estes três termos são inseparáveis e necessitam se reciprocamente. Onde
a tri unidade que reencontramos em todas as coisas. Por exemplo, a criação
implica um criador, o ato de criar e a criatura.
São três as virtudes teologais (fé, esperança e caridade); três são os
elementos da Grande Obra Alquímica o enxofre, o mercúrio e o sal.
Três designa também os nivéis da vida humana: material, racional e espiritual
ou divino. São ainda três as fases da evolução mística: purgativa, iluminativa,
unitiva.
Muitos dos conceitos da tradição judaíco cristã repousam também em
sistemas triádicos:
A religião católica professa o dogma da Santíssima Trindade, introduzindo
no monoteísmo mais absoluto um princípio misterioso de relações.
• Três são os Reis Magos que visitam o Menino - eles simbolizarão
segundo Guénon, as três funções do Rei do Mundo, reunidas na pessoa
de Cristo que acaba de nascer: Rei, Padre e Profeta.
• Três são os presentes que oferecem a Jesus: ouro, incenso e mirra.
• Três são os elementos da Sagrada Família (Jesus, Maria e José)
• Três são as vezes que Pedro negou.
• Três são os dias entre a Morte e a Ressurreição.
• Trinta e três anos... a idade de Cristo...
A nossa interpretação do Mundo, o nosso olhar sobre a vida, são regidos
por tríades:
• Triplo é o Tempo: Passado, Presente e Futuro.
• Tripla é a Vida: Nascimento, Maturidade, Morte.
• Três são os Elementos: Ar, Fogo, Água.
• Triadica é a enunciação: Eu, Tu, Ele
• Três são ainda, na nossa rotina urbana, as luzes que nos regem nos
semáforos que já quase não olhamos -vermelho, amarelo, verde.
Três é, por excelência, um número maçônico (juntamente com cinco e sete):
• O volume da Lei Sagrada (livro da lei), o Esquadro e o Compasso
constituem as Três Grandes Luzes.
• São Três as colunas do Templo: jônica, dórica e corintia, simbolizando a
Sabedoria, a Força e a Beleza. sabedoria (venerável – jônica), força (1a
vigilante – dórico) e a beleza (2o vigilante – coríntio).
• Três são os graus simbólicos: Aprendiz, Companheiro e Mestre.
• São Três os segredos do Primeiro Grau; o Sinal, o Toque e a Palavra.
• São Três os Sinais dos Maçons: o Esquadro, o Nível e o Fio de Prumo.
• São Três as pancadas maçônicas à Porta do Templo, significando as
Três palavras da Escritura: Bate e ela se abrirá (a Porta do Templo);
Procura e acharás (a Verdade); Pede e receberás (a Luz).
• São Três as Viagens Simbólicas que correspondem às Três Provas a
que um Candidato é submetido: Prova do Ar, Prova da Água, Prova do
Fogo.
• Três são os anos do Aprendiz que deve ascender nos mistérios dos Três
primeiros números
• São Três os passos na marcha dos Aprendizes e significam o zelo e a
confiança que se deve mostrar ao caminhar para Aquele que nos
ilumina.
• Ao receber a Luz, são Três os elementos que se vêem: o Sol, a Lua e o
mestre do Templo.
• Três são os deveres do Maçom
• São Três os que dirigem uma Loja Maçônica
• São Três as luzes que se acendem após a entrada do Venerável Mestre
e até à sua saida;
• É tríplice a bateria maçônica, é triplice a aclamação escocesa - Huzzé!
Huzzé! Huzzé!
Enfim, Três é o número pelo meio do qual o binário é devolvido à unidade.
O ternário exprime-se por diversos símbolos gráficos: o tridente, a trinacria
(triplo peixe com uma só cabeça) e, mais simplesmente, o triângulo.
• Triângulo da estabilidade e da harmonia.
• Triângulo da geometria platônica, primeira superfície, dado que todas as
outras figuras são susceptíveis de serem subdivididas nesta forma.
• Triângulo equilátero, símbolo da divindade, da harmonia, da proporção.
• Triângulo utilizado nos frisos ornamentais na Índia, na Grécia, em Roma,
com significado constante: fogo e sexo masculino, água e sexo feminino,
conforme a posição do vértice.
• Triângulo, símbolo do fogo em alquimia, também símbolo do coração.
• Triângulo, Delta Luminoso, na simbologia franco maçônica, Duração,
Trevas e Luz, ternário cósmico. Triângulo isósceles, de base mais
comprida que os lados, como o frontão de um templo, com um ângulo
superior de 108o e ângulos inferiores de 36o, o Delta Luminoso
corresponderá ao número de ouro e nele se inscrevem perfeitamente a
estrela flamejante e o pentágono.
• Triângulo, esquadro, retidão.
• Triângulo, base da concepção das Pirâmides do Egipto.
• Triângulo, Pirâmide de Vidro do Museu do Louvre, obra de arte do nosso
tempo.
• Triângulo, elemento base de estruturas estáveis.
Verificamos também a presença do triângulo no avental, que no grau de
aprendiz possui a cor branca e deve ser usado com a abeta levantada.
O único símbolo capaz de caracterizar os maçons em trabalho é o avental,
não há símbolo mais importante que o avental. Seu uso é indispensável e de
tal importância que se costuma dizer que o maçom sem ele está despido ou
indevidamente vestido. Um dos significados é que o aprendiz, por ainda não
saber trabalhar, utiliza a abeta levantada para maior proteção durante o
desbastar da pedra bruta. Mas,há outro significado, se observarmos, o mesmo
é formado por duas figuras geométricas que são o quadrado e o triângulo, este
último representando a primeira das figuras geométricas e, sendo o quadrado a
soma de dois triângulos, também pode-se dizer que são três triângulos.
O avental do aprendiz tem sua abeta triangular ou ternária para simbolizar o
espírito, significa que nesta etapa a alma adeja sobre o corpo mas dificilmente
se pode dizer que opera através dele. A abeta levantada dá a entender que o
aprendiz não se despegou das contingências materiais, visto não ter-se
operado ainda a transformação da pedra bruta em pedra polida. A abeta é a
mais perfeita figuração geométrica que orna o avental maçônico.
A parte inferior, quaternária dada sua forma quadrada representa a matéria.
Demonstra que o espírito, embora integrado na matéria, é separado desta,
sobrepondo-se a ela fim de construir os planos de ação aperfeiçoados, dos
conhecimentos e costumes humanos. Com a abeta levantada, o avental forma
cinco ângulos correspondentes aos cinco sentidos da vida, visão, audição,
gustação, olfato e tato, por meio dos quais podemos colocar o mundo material
em que vivemos em relação com os cinco pontos de perfeição que o maçom
deve procurar desenvolver moralmente dentro de si. O triângulo formado pela
abeta posando sobre o quadrado que é o avental lembra o aspecto dualístico
do homem, formado de alma e corpo, espírito e matéria. O polígono novo
formado pelo avental do aprendiz com a abeta levantada simboliza o trabalho
material do iniciado ao se entregar á modelação da pedra bruta. O aprendiz
educa o espírito para dominar a matéria dominando suas paixões que são os
defeitos da matéria, ele assim o faz para poder viver harmonicamente entre os
seus irmãos.
Há também outra explicação oculta no avental com relação aos três
triângulos, ou seja, o espírito, o corpo e a alma. o espírito se manifesta por
meio da inteligência, o corpo pela matéria e a alma pela vida.
Daí a responsabilidade do Aprendiz em procurar estudar e penetrar nos
mistérios do simbolismo dos números e na simbologia do Ritual Maçônico. Não
basta, para ser um Perfeito Maçom, que se frequente as reuniões e que se
cumpra a determinações do cerimonial. É necessário que se penetre no
simbolismo porque é nele que está o hermetismo da Maçonaria com suas
grandes e elevadas lições. Não basta, também, a simples leitura das Instruções
contidas nos Rituais. É necessário que se detenha nelas, procurando, pelo
estudo e pela meditação, o seu exato sentido, os sublimes ensinamentos que
elas encerram dentro do simbolismo representado nos instrumentos, nas jóias
e nas alfaias que compõem o Templo Maçônico!
É justamente por isto que a Maçonaria se diz uma sociedade secreta! Os
seus “segredos” estão velados pelo simbolismo e a chave deste simbolismo só
pode ser encontrada no estudo profundo, sério e perseverante!
Referências:
• Bíblia Sagrada – Ave Maria
• Curso de Maçonaria Simbólica – Aprendiz I Tômo – Theobaldo Varoli
Filho – Editora: A gazeta Maçônica
• O Simbolismo dos Números – Boanerges B. Castro – Livraria Maçônica
Paulo Fuchs
• Ritual do Aprendiz Maçom – GLESP – 6a Edição
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