O TEMPLO MAÇÔNICO

O TEMPLO MAÇÔNICO

 O MITO DA CAVERNA




Autor: E. Figueiredo (*)

 

AS coisa mais indispensável a um Homem

é reconhecer o uso que deve fazer do seu

próprio conhecimento !”

Platão , filósofo (427 a.C-348 a.C.)

 

Num quarto-de-hora-de-estudos, de uma sessão Maçônica, um dos obreiros apresentava um trabalho que despertou muito interesse. Quando do debate, ao responder a uma pergunta, mencionou que ingressar na Maçonaria fez com que ele saísse do MITO DA CAVERNA.

 

Ninguém presente entendeu, nem eu !

 

Em rápidas palavras ele deu as explicações sobre a analogia que havia explanado na apresentação do seu trabalho.  Iniciou dizendo que a expressão, criada pelo filósofo grego, Platão, podia ser entendida como uma crítica a quem aceita tudo que é posto pelo grupo dominante sem questionar a realidade.   Essa metáfora, dizia o Obreiro, trata de dois conceitos, esses concernem o mundo sensível e o mundo das ideias; em suma, para o pensador esses conceitos definem a realidade como se fosse composta por dois domínios. Acrescentou, ainda, que era notável, pela analogia  que podemos fazer com os ensinamentos  Maçônicos, a alegoria da caverna, utilizada por Platão, para ilustrar como nossos sentidos são falhos para perceber a realidade do mundo. Nessa parábola, Platão concebe um grupo de pessoas vivendo acorrentado dentro de uma caverna desde o momento do seu nascimento.

 

O Mito da Caverna, também conhecido como Alegoria da Caverna ou A Caverna de Platão, é um dos mais conhecidos e faz analogia ao mundo pré-conceituoso e ao mundo do conhecimento.  Foi escrito pelo filósofo e matemático Platão, considerado um dos mais notórios pensadores da história da Humanidade.  A história alegórica foi narrada no livro A REPÚBLICA, sua obra mais complexa, uma metáfora de caráter filosófico-pedagógico apresentando o diálogo entre Sócrates, personagem principal, e Glauco, o interlocutor, um jovem aprendiz.

 

A REPÚBLICA é a obra mais importante de Platão, filósofo grego que viveu entre os séculos V e IV antes de Cristo. De caráter político, prega um Estado ideal governado por lideres justos, sábios e instruídos.  Para Platão o Homem capaz para reunir essas qualidades seria o filósofo.

 

O texto foi escrito com uso do método dialético e contém uma série de ideias desenvolvidas por Platão ao longo da vida, dentre elas a divisão entre o mundo sensível e o mundo inteligível, ideias que foram inspiradas nas teorias de Sócrates.  Explica que o mundo sensível é aquele no qual os sentidos são quem determinam a experimentação das coisas e dos fatos.  Quanto ao mundo inelegível é aquele no qual a razão é que determina o entendimento das coisas.  Isto é, o Mito da Caverna apresenta as bases para explicar o conhecimento do senso comum em oposição ao conhecimento do senso crítico.

 

Segundo o filósofo, a caverna seria o mundo atual onde os seres humanos vivem. A narrativa descrita por Platão cita que havia algumas pessoas aprisionadas em uma caverna desde criança. Essas viviam com os braços, pernas e pescoços acorrentados, visualizando apenas suas sombras, que eram projetadas ao fundo da caverna.  Havia uma fogueira atrás dessas pessoas, na qual homens passavam perto transportando objetos e fazendo gestos, que refletiam em sombras distorcidas para os que estavam no interior da caverna e era o único conhecimento que tinham.

 



Um dia, um dos prisioneiros conseguiu se libertar e saiu para o mundo exterior e se surpreendeu com que havia encontrado.  Todavia, a luz solar ofuscou seus olhos provocando a vontade de voltar à caverna. Porém, ele já estava se acostumando com as novidades encontradas e um monte de coisas que não havia onde morava. Aí ele percebeu que as sombras que via, na caverna, eram apenas cópias imperfeitas da realidade que então acreditava.  Assim, ele ficou pensando que poderia fazer duas coisas:  Voltar à caverna e libertar os outros que lá ficaram ou permanecer fora vivendo a sua liberdade.  Embora a primeira opção tivesse o risco de ser julgado pelos prisioneiros como doido, seria uma ação necessária, por ser o mais justo e perfeito a se fazer.


São muitas as interpretações que podem ser obtidas dessa metáfora.  Para Platão, a caverna representa o mundo em que todos nós vivemos.  A Humanidade.  Quanto as correntes, seriam as crenças, culturas e informações obtidas no decorrer da vida, revigorante da ignorância que aprisiona as pessoas.  Atados aos preconceitos e sem querer ir ao encontro de um sentido racional, se poupando de pensar e refletir, o Homem permanece como prisioneiro. Além disso, o Mito da Caverna é uma forma de dizer que são poucas as pessoas que tentam ver o exterior, entender a cultura, a fé.  A maioria, simplesmente, não aceita aquilo que não conhece, vendo-o de forma negativa. Como dizem os autores clássicos, é o amor pela sabedoria, experimentado apenas pelo ser humano consciente de sua própria ignorância. 

 

Dessa forma, as sombras nas paredes, e os ecos no interior da caverna, são ideias preestabelecidas, as opiniões erradas do outro que julga ser verdadeiro.

 

A Alegoria da Caverna foi um modo de contar, imaginariamente, o que conceitualmente o Homem teria dificuldade para entender, já que , pela própria narrativa, o sábio nem sempre se faz ouvir pela maioria ignorante.

 

Quando o Homem consegue se libertar das correntes e viver o mundo exterior, que desconhecia, aquele que vai além do juízo de valor, conquistando o conhecimento verdadeiro, ele sai da caverna.  O ingresso na Maçonaria, como que saindo do Mito da Caverna, citado pelo Obreiro, foi o conhecimento que adquiriu ao se tornar um Maçom e passar a enxergar a Verdadeira Luz.  Aliás, diga-se de passagem, é de Platão a metáfora segundo a qual Deus é o Grande Arquiteto do Universo.

 

O Grau de Aprendiz, no simbolismo Maçônico, representa o Homem na sua primeira infância, nos primeiros séculos da civilização.  E seus olhos, ainda fracos, não podem contemplar diretamente o fulgor do Sol, e , por isso, que na Loja está sentando no topo da Coluna do Norte. As instruções recebidas nesse grau têm por finalidade demonstrar ao novo Iniciado, a escravidão em que vive, despertando no seu coração o sentimento da  sua própria dignidade e incentivando-o na busca do conhecimento e da verdade.  Dessa forma, a caverna representa o nosso mundo interior, nossas limitações  a chamada zona de conforto. Já os prisioneiros são todos os indivíduos que, na realidade, vivem em um tipo de escravidão inconsciente.

 

A caverna estava simbolizando o mundo, pois nos apresenta imagens que não representam a realidade. E só é possível conhecer a realidade quando no libertamos destas influências culturais e sociais, ou seja, quando saímos da caverna.

 

Os Maçons optaram por não permanecerem nas sombras.  Foi a analogia feita pelo Obreiro ao dizer que ingressar na Maçonaria fez com que saísse do MITO DA CAVERNA...

 




 


Fontes consultadas

 

    Platão – A República

      Ribeiro, Jorge Cláudio – Ousara Utopia

         Watanabe, Lygia Araújo – Platão por Mitos e Hipóteses

 

        (*) E. Figueiredo – é jornalista – Mtb 34 947 e pertence ao

                                               CERAT – Clube Epistolar Real Arco do Templo/

                                               Integra o GEIA – Grupo de Estudos Iniciáticos Athenas/

                                               Membro do GEMVI – Grupo de Estudos Maçônicos Verdadeiros Irmãos/

                                               Integrante do Grupo Maçonaria Unida

                                               Obreiro da ARLS Verdadeiros Irmãos – 669 – (GLESP)


EGRÉGORA

 Autores : Fábio Aquino A´. M.´., Danilo Ogeda A.´. M.´. e José Paulo Batista A.´. M.´.





A Egrégora, ou Egrégoro para outros, (do grego egrêgorein, velar, vigiar), possui várias definições, mas todas convergem para o sentido de uma soma de consciências individuais em um grupo, cujo resultado é infinitamente superior ao do simples processo aritmético. É a aura formada pela união de um grupo, a força da alma coletiva. No sentido esotérico, egrégoras são “devas”, entidades ligadas à natureza que, invocadas pela união, podem ser manipuladas, a fim de atingir-se um objetivo comum. Notas importantes: 1. É importante ressaltar que as egrégoras são formas-pensamentos grupais, acumulada pela força dos rituais, preces, orações, iniciações, dedicação, devoção, exercícios e meditações. É uma criação mental e, se assume a força de um “deva”, é devido às fortes concentrações do pensamento humano para um fim comum. A Maçonaria especulativa dos dias atuais possui rituais e alegorias seculares, cuja reiteração constante nos trabalhos pode levar o recém-iniciado ou alguns IIr.'. mais antigos a considerá-los enfadonhos e demorados. Porém, o significado da ritualística é muito mais abrangente e extrapola os limites materiais e sensoriais da vida profana.
Notas importantes:
1. Esse cansaço ou tédio sentido por muitos deve-se devido à falta de sintonia com a própria condição de “ser maçon” e não de “estar maçon”. Muitos são os que assumem uma postura maçônica somente no momento da ritualística e nas horas que se encontram entre irmãos. Esquecem-se de que a condição de iniciado não se limita apenas a estes momentos, mas é uma condição para ser vivida integralmente e o tempo todo.
Já ao concentrar-se no Átrio, os IIr.'. MM.'. preparam-se para o processo de desvinvulação do mundo material, liberando-se de toda a rotina e pensamentos diários e abrindo suas mentes para a simbiose que virá a se estabelecer no Templo, entre o mundo real nele representado – o axis mundi, seus respectivos templos interiores e o Sagrado.
Notas importantes:
1. Essa desvinculação do mundo externo só se torna possível quando se leva em consideração a condição de “ser maçon” dentro e fora dos Templos e na companhia ou não de outros irmãos, mesmo no mundo externo, em profundo silêncio, uma vez que a condição de “ser maçon” é um estado de alma e um estado mental, que veicula a força de Egrégora onde quer que esteja o Ir.'. A conexão com o Mundo Interior deve ser constante na vida de um Ir.'. Maçon. Eis uma das questões mais fundamentais que sustenta a Força da Egrégora.
“Cobrir o Templo” não pode simplesmente interpretado como o ato de resguardar-se da presença de profanos curiosos e/ou mal-intencionados. Ao fechar a porta do Templo e dirigir-se ao 1 o Vig.'. dizendo sua frase milhões de vezes repetida, o Ir.'. G.'. do Templ.'. Informa estar o ambiente interno livre das interferências externas, sejam elas de qualquer esfera, física ou espiritual. Nesse momento, também os IIr.'. presentes devem ter seu templo interno coberto, sua mente livre de pensamentos impuros e pertubadores.
Notas importantes:
1. Tome muito cuidado com a palavra “profano”, que significa “diante do sagrado” e deve aplicada aquele que é recebido no Templo e está pronto para receber a Iniciação. Não permita que este termo maçônico tão nobre assuma uma característica preconceituosa e pejorativa, contrariando os princípios de LIBERDADE, IGUALDADE e FRATERNIDADE tão caros à Maçonaria. Considere no lugar de “profano” a palavra “leigo”. O sentido pejorativo e herético da palavra “profano” é aplicado apenas pelas religiões. Guardemos o seu Sagrado Simbolismo para a recepção de todos os novos postulantes!
A chamada aos oficiais e os questionamentos a eles efetuados são o processo de invocação dos seres habitantes dos mundos invisíveis, os devas representativos de cada função imprescindível à formação da Loja. Por fim, o Ven.'. Mest.'., formando com os IIr.'. VVig.'. a manifestação da Trindade Divina; e após a leitura da passagem do L.'. da L.'., em nome do G.'. A.'. D.'. U.'., declara aberto os trabalhos.
Notas importantes:
1. A Loja somente se forma quando todos os Irmãos presentes estão imbuídos no Ritual de coração e mente; não apenas de corpo presente pensando em coisas completamente alheias e distantes ao Ritual realizado. O desligamento total do mundo externo começa com uma atitude mental positiva à sua própria de iniciado. Eis um dos mais importantes significados da ética maçônica aplicada à atitude moral, que possui um sentido muito mais elevado dentro de nossas fileiras.
O S.'., a B.'. e a A.'., feitos simultaneamente por todos os presentes são o clímax do ritual de junção do microcosmo ao macrocosmo; da comunhão dos planos Físico e Divino; o momento em que todos passam a estar unidos por um elo transcendental, o nascimento de um único consciente coletivo, capaz, através de seu poder ilimitado, alcançar todos os objetivos sinceros e positivos, desligado de interesses mesquinhos; manifestação sagrada da ação interventora e conciliadora do G.'. A.'. D.'. U.'..
Por conclusão: a Egrégora Maçônica. Notas importantes:
1. A Egrégora Maçônica só responde àqueles que estão sintonizados de mente e coração no espírito da Ritualística e também de suas vidas externas ao Rito. “Ser Maçon” deve ser sempre preponderante à situação de “estar Maçon”.
A Egrégora Maçônica, manifestada também em toda sua intensidade durante a C.'. U.'., visa a maximização do poder das consciências presentes por um objetivo específico, somadas estas a de todos os Iir.'. MM.'. que caminham e caminharam pela Terra. Toda a energia acumulada pelos séculos em inúmeras sessões maçônicas pelo mundo afora, todo o esforço dedicado pelos obreiros praticantes dos augustos mistérios; uma cadeia mística interligada por uma corrente de energia. Pergunto aos IIr.'.: estaríamos todos livres das influências do mundo profano quando aqui adentramos? Nosso templo interior está realmente coberto? As atribulações do dia-a-dia não acabam por interferir em nossa concentração e prejudicar o que se repete pelo infinito dos tempos? Ainda antes, no Átrio, preparamo-nos adequadamente para receber e transmitir a energia-fruto de nossa união no Templo?
Notas importantes:
1. Essas perguntas todos nós devemos nos fazer antes de nos dirigirmos para o Ritual Maçônico. Esse profundo exame de consciência é o quanto basta para que possamos dar mais qualidade ao próprio trabalho e juramento com o qual nos comprometemos à Glória do G.'. A.'. D.'. U.'. Caso não venhamos a estar preparados, tornar-se-ão os trabalhos cansativos – porque não dizer repetitivos. As etapas ditas “administrativas”, como a leitura das colunas gravadas e do balaústre, e a passagem do Bolsa.'. de PP.'. e II.'. e do T.'. de S.'. serão aproveitadas para conversas paralelas e desconectadas da reunião. Ansiosos estaremos para o fim dos trabalhos, com a consequente passagem para o salão dos banquetes, despojados de nossas vestes ritualísticas e liberados para tratar de assuntos amenos.
Notas importantes:
1. É preciso fazer do salão dos banquetes apenas um momento a mais de prazer e regozijo por uma obra bem feita e realizada dentro dos trabalhos; e não como um momento de alívio e de liberação de algo penoso. O cansaço e o tédio são sempre devidos à falta de sintonia com a própria Egrégora Maçônica e com o predomínio do ego humano sobre a missão assumida. Sim, devemos nos preparar. Já no amanhecer do dia destinado à reunião entre os IIr.'. podemos pressentir a energia positiva que advém da proximidade da hora. Mesmo que nossas atividades diárias venham a ser desgastantes, é em Loja que encontraremos o amparo da acolhida, o amor fraternal e a força do eterno recomeçar. O Átrio deve ser entendido em toda sua significância. Deve ser o local de despedida do mundo externo e da concentração e da inspiração para adentrarmos, em silêncio e respeitosamente, àquele espaço onde poderemos unir nossas forças para o bem comum e de toda a humanidade.


Notas importantes:
1. Este trecho merece uma pequena retificação, pois a união só dará se todos trouxerem em suas mentes e corações as suas forças interiores plenamente ativas para a perfeita consecução dos trabalhos. A união com a Egrégora depende da sintonia e da concentração mental de cada Ir.'. que deve juntar sua Luz Interior à Ritualística para que a Egrégora Maçônica se manifeste com toda sua plenitude. O Ritual deve ser muito mais do que meras palavras e textos decorados declarados da boca para fora, mas deve, antes de tudo, se transformar em palavras de fogo e vida.
Por fim, nossa estada, do meio-dia à meia-noite, no tempo do não-tempo, naquele que representa não só as características do Templo do Rei Salomão, mas que sim, é um ser vivo, organismo que passamos a compor quando do início dos trabalhos, deve ser aproveitada ao máximo. Nossa energia espiritual deve estar interligada a dos demais IIr.'., sejam os presentes, sejam os que por aqui passaram, sejam todos os obreiros de todas as épocas e lugares. Deixemo-nos levar e estaremos satisfeitos por fazer parte desta construção. Dessa consciência individual e da força congraçadora, construtiva e transformadora da Egrégora Maçônica depende a continuidade da Maçonaria como guardadora dos augustos mistérios, e da humanidade como um todo, na busca por seu aperfeiçoamento.

JESUS E O MAÇOM

                                                                                                                  Autor: E. Figueiredo



O SIMBOLISMO DO TERNÁRIO

 Autor: Ir. Marco Aurélio Guidugli dos Santos M.´. M.´.


 O TRIÂNGULO










Da Simbologia do Triângulo

"Triângulo - poligono que tem três ângulos e três lados."

Definição do dicionário (Dicionário Aurélio online) .

No plano, triângulo (também aceito como trilátero) é a figura

geométrica que ocupa o espaço interno limitado por três linhas retas que

concorrem, duas a duas, em três pontos diferentes formando três lados e três

ângulos internos que somam 180°. Também se pode definir um triângulo em

superfícies gerais. Também podemos dizer que o triângulo é a união de três

pontos não-colineares (pertencente a um plano, em decorrência da definição

dos mesmos), por três segmentos de reta.



O triângulo é o único polígono que não possui diagonais e cada um de seus

ângulos externos é suplementar do ângulo interno adjacente. O perímetro de

um triângulo é a soma das medidas dos seus lados. Denomina-se a região

interna de um triângulo de região convexa (curvado na face externa) e a

região externa de região côncava (curvado na face interna).

• Um triângulo equilátero possui todos os lados congruentes ou seja

iguais. Um triângulo equilátero é também equiângulo: todos os seus

ângulos internos são congruentes (medem 60°), sendo, portanto,

classificado como um polígono regular.

Denomina-se base o lado sobre qual se apóia o triângulo. No triângulo

isósceles, considera-se base o lado de medida diferente.

Todos esses triângulos são os mesmos encontrados num plano de duas

dimensões, porém em grandes extensões, como na superfície do planeta por

exemplo, os ângulos para continuarem os mesmos é necessário que o

comprimento dos lados sejam deformados ou seja ampliados em igual

proporção ao perímetro da esfera.


Equilátero


O Número Três


A UNIDADE gera a DUALIDADE e esta é constituída pelos “contrários”,

que se afastam na medida em que cresce o ângulo por ela formado para

posteriormente se aproximarem novamente, com diminuição daquele ângulo,

até à fusão dos dois raios no equilíbrio da UNIDADE. Mas a existência destes

dois aspectos “contrários”, partindo de um ângulo e cumprindo a eternidade do

movimento perpétuo, nada cria de real. São aspectos metafísicos que não

formariam nenhuma forma real e nada materializam.

Assim, um terceiro elemento há que ser juntado aos dois primeiros para

que a Vontade Suprema, expressa antes apenas pela sua manifestação, se

materialize com o aparecimento da “forma”, eis que o ponto (YOD) situado no

centro do círculo (ZERO), ou a linha que parte deste ponto (UM) e se divide

nos “contrários” (DOIS) não constituem um sólido com “forma” definida. A

adição de um terceiro elemento, originado pela firmeza do pensamento, por

uma elevada devoção, regida por sólida Sabedoria e exercitado por louváveis

desejos de Ações, cria a “forma” original que é a consequência do elemento

formado por aqueles propósitos e que liga aqueles dois raios formando o

Triângulo que é a “forma” primitiva e perfeita, geradora de muitas outras formas

poligonais. É o TRÊS, número considerado perfeito porque resulta da soma da

UNIDADE com a DUALIDADE, conduzindo ao equilíbrio dos “contrários” e

realizando os propósitos de Deus, que é a elevação do homem.

Como é visto no estudo do número TRÊS, o Triângulo é o mais

importante símbolo maçônico. Aliás, não é só a Maçonaria que cultua o

simbolismo desta figura. Outras religiões também o fazem, principalmente

porque é a representação simbólica perfeita dos TRÊS aspectos do

ABSOLUTO, aspectos estes de absoluta igualdade perfeitamente

representada pelos lados do Triângulo equilátero.

Nas religiões cristãs ele representa a Trindade Divina - Pai, Filho e

Espírito Santo, as religiões orientais veem nele os três aspectos do Logos. Em

qualquer delas se vê a Unidade do Todo, a Dualidade da Manifestação e a

Trindade Perfeita.

Diz o nosso Ritual do Primeiro Grau que:

“A diferença, o desequilíbrio, o antagonismo que existem no número DOIS,

cessam repentinamente, quando se lhe ajunta uma TERCEIRA unidade. A

instabilidade da divisão ou da diferença, aniquilada pelo acréscimo de uma

TERCEIRA unidade, faz com que simbolicamente, o número TRÊS converta

em unidade”.

O que há de importância a ser esclarecido neste parágrafo do Ritual é

que a unidade que ele diz dever ser juntada ao número DOIS e, ainda, a

unidade nova em que ela diz transformar-se o número TRÊS, não é, de

nenhuma forma, a UNIDADE de que até agora vimos falando. Esta, imaterial e

incognoscível, que se exterioriza simbolicamente no número UM, é a própria

Lei Divina, código regulador do ABSOLUTO, representado pelo ZERO.


Um ponto e uma linha isoladamente, não têm a capacidade para

comunicar uma forma real. Enquanto o ponto é sem dimensão, simples e

isolado, a linha é apenas a trajetória do deslocamento daquele ponto quase

imaterial. Quando, porém, reúnem-se TRÊS linhas e completa-se o Triângulo,

este se apresenta com forma superficial perfeitamente compreensível e

verificável. Aqui, com um pouco de meditação, chegaremos a compreender o

fenômeno de transformação do imaterial, do informe, para o aspecto material

com forma concreta. Várias linhas isoladas não nos dão qualquer idéia de

forma, mas, quando TRÊS delas se reúnem e firmam um Triângulo, temos uma

figura de superfície perfeitamente clara e definida. O Aprendiz deve meditar

sobre este simbolismo que explica como o transcendente, o espiritual, o

imaterial, pode, segundo as determinações de sua Vontade Suprema,

manifestar-se e tornar-se perfeitamente claro e compreensível aos nossos

olhos. É o que podemos chamar de manifestação do Imanifestado!

Na Maçonaria, o Triângulo assume um simbolismo de capital e

transcendental importância. É, pode-se dizer, o fulcro em torno do qual gira

toda a simbologia maçônica.

Toda a Perfeição, em seu mais alto grau, está representada,

simbolicamente, na figura ímpar do triângulo equilátero com seus TRÊS lados e

TRÊS ângulos, matemática e absolutamente iguais.

Já os antigos egípcios davam ao triângulo uma interpretação esotérica

na qual ele representava a própria natureza, o germe, a gênesis, a criação e

tudo o mais que, por suas próprias qualidades intrínsecas e extrínsecas, é

capaz de produzir e de manter a vida. A base do simbolismo egípcio

assentava-se no triângulo isósceles, no qual a linha vertical de seu ângulo reto,

simbolizava Osíris, o princípio masculino, a linha horizontal representava Ísis, o

princípio feminino e a hipotenusa, que une as duas, era Hórus, resultante da

fusão daqueles dois princípios criadores.

Pitágoras, conhecedor desta simbologia, confirmou-a na demonstração

do teorema por ele proposto de que a soma dos quadrados dos dois lados

menores era igual ao quadrado do lado maior, o que pode ser entendido

simbolicamente que Hórus é o resultado da conjunção de Osíris e Ísis e

representa, assim, a vida.

Este teorema corresponde em todos os sentidos à perfeição preconizada

pelo ideal maçônico e, por isto mesmo, sua representação foi adotada para o

Grau Três da Maçonaria constituindo a joia do Past-Master, é conhecido como

quadragésimo sétimo Postulado de Euclides ou Teorema de Pitágoras, por ter

sido, provado por ele geometricamente.

Na antiga Maçonaria egípcia, o que hoje denominamos de Pitágoras, por

ter sido, como já se viu provada por ele sob a forma de uma prancheta

triangular negra, de lados perfeita e absolutamente iguais, representando cada

um deles a matéria, o meio e o germe, elementos vitais que, reunidos, formam

a germinação da própria vida. Nesta prancheta escreviam-se as três perguntas

principais, de cujas respostas muito se interessam a Maçonaria para se

aquilatar das condições morais do Candidato. São elas:


a) Quais são os deveres do homem para com Deus?

b) Quais são os deveres do homem para com Humanidade?

c) Quais são os deveres do homem para consigo mesmo?

Estas três perguntas (hoje acrescidas de algumas outras) são, tal como

os lados do Triângulo, iguais entre si porque as concepções de Deus,

Semelhante e Eu, são as componentes que constituem a Unidade Universal.

Quando os anseios do “Eu” se harmonizam com os anseios dos

“Semelhantes”, estes anseios vibram em consonância com os anseios de

“Deus”. Esta grande verdade já tinha sido declarada pelo Mestre, Senhor Jesus

quando disse:

João X, 30 - “Eu e o Pai somos UM”.

e mais:

João XVII, 21 - “a fim de que todos sejam UM: e como és tu, ó Pai, em mim e

eu em ti, também sejam eles um em nós; para que o mundo creia que tu me

enviaste”.

e, ainda:

João XVII, 22 - “Eu lhes tenho transmitido a glória que me tens dado, para que

sejam UM, como nós o somos”.

e, finalmente:

João XVII, 23 - “eu neles e tu em mim, a fim de que sejam aperfeiçoados na

UNIDADE, para que o mundo conheça que tu me enviaste a mim e que os

amaste como também amaste a mim”.

Agora podemos sentir, depois de conhecermos o simbolismo do número

TRÊS, a igualdade das linhas do triângulo, como é fácil a interpretação

daqueles textos bíblicos. O Mestre Jesus tentava explicar o tríplice aspecto - o

Pai, Ele e eles - da Universidade da UNIDADE!

O Mestre Jesus já tinha unido DOIS aspectos, isto é, duas das linhas do

triângulo - o Pai e Ele - e esta união formava o UM (Eu e o Pai somos UM) e

pedia ao Pai que concedesse a união do terceiro aspecto, ou a terceira linha -

Eles - para que o Triângulo se completasse “afim de que todos sejam UM”,

dizia o Mestre Jesus, mas para isto necessário se tornava que dada a união já

existente entre os dois primeiros elementos; o terceiro, isto é, “Eles”, fossem

“aperfeiçoados” na UNIDADE”.

Este aperfeiçoamento do Ternário na UNIDADE é, justamente, o Ideal

Maçônico. É a Perfeição Maçônica. É, enfim, o perfeito Mestre Maçom.

O Ritual do Aprendiz Maçom tece considerações menores sobre o

número TRÊS e descuida-se de seu aspecto principal que é, como vimos, o

Triângulo. Para que este estudo não fique incompleto, nos reportaremos

àquelas considerações.


Conforme a Instrução do Ritual, o número DOIS apresenta desequilíbrio

e antagonismo. Anteriormente já o havia qualificado de terrível e fatídico,

terminando por aconselhar ao Aprendiz para que não se aprofundasse no seu

estudo. Pusemo-nos contra este conselho e insistimos mesmo no estudo do

número DOIS para que o Aprendiz pudesse entendê-lo e ver nele também a

possibilidade da UNIDADE. As palavras do Mestre Senhor Jesus nos mostram

que “Ele” e “Deus” estavam, apesar de serem DOIS, em perfeito equilíbrio, sem

antagonismos, sem terribilidade e sem fatidicidade, pois que juntos eram UM!

Assim, não é a simples presença de uma terceira unidade que faz

cessar o desequilíbrio. Este desequilíbrio pode, como ensina o Mestre Jesus,

não existir no número DOIS. O que a terceira unidade faz é converter a

unidade dual, inconsistente, vaga e indeterminada, em unidade ternária,

perfeita, existente por si mesma, uma unidade de vida enfim!

O número TRÊS é, pois, o primeiro número perfeito e completo e o

triângulo é, também, a forma perfeita que apresenta três dimensões

necessárias para que o objeto tenha forma e esteja, assim, completo.

TRÊS, diz a Instrução, é o número da Luz, correspondente a Fogo,

Chama e Calor. O Maçom deve ter em si o Fogo do amor para com tudo o que

é bom, justo e honesto; deve ter mais a Chama da Vontade para cumprir com

paciência, resignação e determinação, o programa por ele traçado para a

conquista da Perfeição; deve ter, finalmente, o Calor da Inteligência e da

Sabedoria, para poder distinguir o Bem, o Belo e o Perfeito nas mínimas coisas

que se lhe deparam! Amor, Vontade e Inteligência; constituem o significado

dos TRÊS PONTOS que todo Maçom deve ter a honra de apor à sua

assinatura, colocando-os de maneira a formarem um triângulo de Perfeição.

Estende-se o Ritual em considerações sucintas sobre os principais

pontos de vista em que o temário pode ser apreciado. Ali, nada mais há que

citações de ternários que se sucedem, desde a antiguidade, ora constituídos de

elementos materiais, ora ainda de procedimentos temporais; ora, por fim, de

concepções cabalísticas ou herméticas, filosóficas ou religiosas, que são, para

o Aprendiz, de fácil alcance para sua compreensão.

Concluímos que na Maçonaria Simbólica o número TRÊS representa o

ápice da perfeição. O maior grau que se pode galgar nesta Maçonaria

Simbólica é o Grau Três, isto é a condição de Mestre Maçom. Isto quer dizer

que ele alcançou o máximo da Sabedoria em todos os seus conhecimentos

maçônicos e tem todos os conhecimentos e segredos que a Maçonaria lhe

pode oferecer. Supõe-se, também, que nesta altura ele ostente uma

personalidade completa, “Justa e Perfeita” e, por isto, está isento de vícios e é

um cultor inveterado das Virtudes! Pela sua condição de possuidor do Terceiro

Grau é de concluir-se que ele é manso e humilde de coração, é cordato e

fraterno, tem gentileza no trato e cultiva com amor a Humildade. Exercita a

Fraternidade em toda a sua extensão e trata seus irmãos com urbanidade e

zelo, sabendo desculpar os seus erros e relevar as suas faltas. O Mestre

Maçom é, enfim, o homem perfeito e, só assim, poderá ele por à sua assinatura

o respeitável emblema dos três pontos que afirmam possuir ele Vontade,

Sabedoria e Inteligência!


O triângulo esconde, por detrás da sua simplicidade aparente, toda uma

significação, toda uma simbologia, que através das idades, dos séculos e das

civilizações, o homem nunca ignorou e sempre soube respeitar, consciente ou

inconscientemente.

Desta forma, o simbolismo do triângulo cruza se com o do número Três.

E Três é universalmente um número fundamental que exprime uma ordem

intelectual e espiritual, em Deus, no Cosmos e no Homem.

Na generalidade das culturas e das civilizações, a apreensão e a

compreensão do homem sobre o mundo, sobre o real e o espiritual, sempre

repousou num sistema triádico.

• O Budismo possui a sua expressão acabada no Triratna (Buddha,

Dharma, Sangha).

• Para os hindus, a Manifestação Divina é tripla (Trimúrti): Brahma,

Vishnu, Shiva, aspectos produtor, conservador e transformador.

• Na tradiçao persa, o numero Três aparece frequentemente dotado de

um carâcter mágico religioso. É de realçar jà a presença deste algarismo

na religião do Antigo Irão, cuja tripla divisa é Bom Pensamento, Boa

Palavra, Boa Ação.

• O numero Três liga-se igualmente ao rito das flechas divinatórias

(azlâm), característico dos povos árabes anteriores ao Islão: a terceira

flecha designava o local, o tesouro, o eleito, etc.

• Na tradição dos Fiéis da Verdade (Ahl i Haqq), no Irão, atribui se ao

número Três um carâcter sagrado. Podemos encontrá-lo muito

frequentemente nas narrativas de cosmogonia e na descrição de atos

rituais.

• A Kabala multiplicou as especulações sobre os números, mas parece,

no entanto, ter privilegiado a Lei do Ternário. Tudo procede

necessariamente por Três que constituem, contudo, um todo uno. Em

todo o ato, único em si mesmo, distinguem se assim:

1. O princípio de ação, causa ou sujeito da ação

2. A ação desse sujeito, o seu verbo

3. O objeto dessa ação, o seu efeito ou o seu resultado

Estes três termos são inseparáveis e necessitam se reciprocamente. Onde

a tri unidade que reencontramos em todas as coisas. Por exemplo, a criação

implica um criador, o ato de criar e a criatura.


São três as virtudes teologais (fé, esperança e caridade); três são os

elementos da Grande Obra Alquímica o enxofre, o mercúrio e o sal.

Três designa também os nivéis da vida humana: material, racional e espiritual

ou divino. São ainda três as fases da evolução mística: purgativa, iluminativa,

unitiva.

Muitos dos conceitos da tradição judaíco cristã repousam também em

sistemas triádicos:


A religião católica professa o dogma da Santíssima Trindade, introduzindo

no monoteísmo mais absoluto um princípio misterioso de relações.

• Três são os Reis Magos que visitam o Menino - eles simbolizarão

segundo Guénon, as três funções do Rei do Mundo, reunidas na pessoa

de Cristo que acaba de nascer: Rei, Padre e Profeta.

• Três são os presentes que oferecem a Jesus: ouro, incenso e mirra.

• Três são os elementos da Sagrada Família (Jesus, Maria e José)

• Três são as vezes que Pedro negou.

• Três são os dias entre a Morte e a Ressurreição.

• Trinta e três anos... a idade de Cristo...

A nossa interpretação do Mundo, o nosso olhar sobre a vida, são regidos

por tríades:

• Triplo é o Tempo: Passado, Presente e Futuro.

• Tripla é a Vida: Nascimento, Maturidade, Morte.

• Três são os Elementos: Ar, Fogo, Água.

• Triadica é a enunciação: Eu, Tu, Ele

• Três são ainda, na nossa rotina urbana, as luzes que nos regem nos

semáforos que já quase não olhamos -vermelho, amarelo, verde.

Três é, por excelência, um número maçônico (juntamente com cinco e sete):

• O volume da Lei Sagrada (livro da lei), o Esquadro e o Compasso

constituem as Três Grandes Luzes.

• São Três as colunas do Templo: jônica, dórica e corintia, simbolizando a

Sabedoria, a Força e a Beleza. sabedoria (venerável – jônica), força (1a

vigilante – dórico) e a beleza (2o vigilante – coríntio).

• Três são os graus simbólicos: Aprendiz, Companheiro e Mestre.

• São Três os segredos do Primeiro Grau; o Sinal, o Toque e a Palavra.

• São Três os Sinais dos Maçons: o Esquadro, o Nível e o Fio de Prumo.

• São Três as pancadas maçônicas à Porta do Templo, significando as

Três palavras da Escritura: Bate e ela se abrirá (a Porta do Templo);

Procura e acharás (a Verdade); Pede e receberás (a Luz).

• São Três as Viagens Simbólicas que correspondem às Três Provas a

que um Candidato é submetido: Prova do Ar, Prova da Água, Prova do

Fogo.


• Três são os anos do Aprendiz que deve ascender nos mistérios dos Três

primeiros números

• São Três os passos na marcha dos Aprendizes e significam o zelo e a

confiança que se deve mostrar ao caminhar para Aquele que nos

ilumina.

• Ao receber a Luz, são Três os elementos que se vêem: o Sol, a Lua e o

mestre do Templo.

• Três são os deveres do Maçom

• São Três os que dirigem uma Loja Maçônica

• São Três as luzes que se acendem após a entrada do Venerável Mestre

e até à sua saida;

• É tríplice a bateria maçônica, é triplice a aclamação escocesa - Huzzé!

Huzzé! Huzzé!

Enfim, Três é o número pelo meio do qual o binário é devolvido à unidade.

O ternário exprime-se por diversos símbolos gráficos: o tridente, a trinacria

(triplo peixe com uma só cabeça) e, mais simplesmente, o triângulo.

• Triângulo da estabilidade e da harmonia.

• Triângulo da geometria platônica, primeira superfície, dado que todas as

outras figuras são susceptíveis de serem subdivididas nesta forma.

• Triângulo equilátero, símbolo da divindade, da harmonia, da proporção.

• Triângulo utilizado nos frisos ornamentais na Índia, na Grécia, em Roma,

com significado constante: fogo e sexo masculino, água e sexo feminino,

conforme a posição do vértice.

• Triângulo, símbolo do fogo em alquimia, também símbolo do coração.

• Triângulo, Delta Luminoso, na simbologia franco maçônica, Duração,

Trevas e Luz, ternário cósmico. Triângulo isósceles, de base mais

comprida que os lados, como o frontão de um templo, com um ângulo

superior de 108o e ângulos inferiores de 36o, o Delta Luminoso

corresponderá ao número de ouro e nele se inscrevem perfeitamente a

estrela flamejante e o pentágono.

• Triângulo, esquadro, retidão.

• Triângulo, base da concepção das Pirâmides do Egipto.

• Triângulo, Pirâmide de Vidro do Museu do Louvre, obra de arte do nosso

tempo.

• Triângulo, elemento base de estruturas estáveis.


Verificamos também a presença do triângulo no avental, que no grau de

aprendiz possui a cor branca e deve ser usado com a abeta levantada.

O único símbolo capaz de caracterizar os maçons em trabalho é o avental,

não há símbolo mais importante que o avental. Seu uso é indispensável e de

tal importância que se costuma dizer que o maçom sem ele está despido ou

indevidamente vestido. Um dos significados é que o aprendiz, por ainda não

saber trabalhar, utiliza a abeta levantada para maior proteção durante o

desbastar da pedra bruta. Mas,há outro significado, se observarmos, o mesmo

é formado por duas figuras geométricas que são o quadrado e o triângulo, este

último representando a primeira das figuras geométricas e, sendo o quadrado a

soma de dois triângulos, também pode-se dizer que são três triângulos.

O avental do aprendiz tem sua abeta triangular ou ternária para simbolizar o

espírito, significa que nesta etapa a alma adeja sobre o corpo mas dificilmente

se pode dizer que opera através dele. A abeta levantada dá a entender que o

aprendiz não se despegou das contingências materiais, visto não ter-se

operado ainda a transformação da pedra bruta em pedra polida. A abeta é a

mais perfeita figuração geométrica que orna o avental maçônico.

A parte inferior, quaternária dada sua forma quadrada representa a matéria.

Demonstra que o espírito, embora integrado na matéria, é separado desta,

sobrepondo-se a ela fim de construir os planos de ação aperfeiçoados, dos

conhecimentos e costumes humanos. Com a abeta levantada, o avental forma

cinco ângulos correspondentes aos cinco sentidos da vida, visão, audição,

gustação, olfato e tato, por meio dos quais podemos colocar o mundo material

em que vivemos em relação com os cinco pontos de perfeição que o maçom

deve procurar desenvolver moralmente dentro de si. O triângulo formado pela

abeta posando sobre o quadrado que é o avental lembra o aspecto dualístico

do homem, formado de alma e corpo, espírito e matéria. O polígono novo

formado pelo avental do aprendiz com a abeta levantada simboliza o trabalho

material do iniciado ao se entregar á modelação da pedra bruta. O aprendiz

educa o espírito para dominar a matéria dominando suas paixões que são os

defeitos da matéria, ele assim o faz para poder viver harmonicamente entre os

seus irmãos.

Há também outra explicação oculta no avental com relação aos três

triângulos, ou seja, o espírito, o corpo e a alma. o espírito se manifesta por

meio da inteligência, o corpo pela matéria e a alma pela vida.

Daí a responsabilidade do Aprendiz em procurar estudar e penetrar nos

mistérios do simbolismo dos números e na simbologia do Ritual Maçônico. Não

basta, para ser um Perfeito Maçom, que se frequente as reuniões e que se

cumpra a determinações do cerimonial. É necessário que se penetre no

simbolismo porque é nele que está o hermetismo da Maçonaria com suas

grandes e elevadas lições. Não basta, também, a simples leitura das Instruções

contidas nos Rituais. É necessário que se detenha nelas, procurando, pelo

estudo e pela meditação, o seu exato sentido, os sublimes ensinamentos que

elas encerram dentro do simbolismo representado nos instrumentos, nas jóias

e nas alfaias que compõem o Templo Maçônico!


É justamente por isto que a Maçonaria se diz uma sociedade secreta! Os

seus “segredos” estão velados pelo simbolismo e a chave deste simbolismo só

pode ser encontrada no estudo profundo, sério e perseverante!


Referências:


• Bíblia Sagrada – Ave Maria

• Curso de Maçonaria Simbólica – Aprendiz I Tômo – Theobaldo Varoli

Filho – Editora: A gazeta Maçônica

• O Simbolismo dos Números – Boanerges B. Castro – Livraria Maçônica

Paulo Fuchs

• Ritual do Aprendiz Maçom – GLESP – 6a Edição