Autor: E.Figueiredo (*)
Há coisas inexplicáveis na Maçonaria !
Nos
anais, da antiga Maçonaria brasileira, há o
seguinte
registro de algo sobrenatural acontecido:
Era o ano de mil oitocentos e tantos, num lugarejo denominado
Campos de Avanhandava (posteriormente Santa Cruz do Avanhandava), no baixo Rio
Tietê, que com o desbravamento viria a ser a cidade de Penápolis, na Noroeste
Paulista, nas proximidades do córrego hoje chamado de Maria Chica. Uma época que ainda viviam índios Coroados na
região. Nesse pedaço de chão havia, numa
construção modesta, a Loja Maçônica com a
denominação Loja Remo e Rômulo.
A Maçonaria, naquele
tempo, era uma coisa muito escondida e quem era Maçom não dizia para ninguém,
nem para a própria esposa. Para tudo
considerava-se sigilo total e segredo. Os membros dessa Loja eram quase todos oriundi ou imigrantes da Itália. E os hábitos
ainda tinham muita influência da camorra, vendetta, omertá e da cosa
nostra, trazidos da “Bota” (Itália).
Todos os Obreiros se
sentiam orgulhosos por terem sangue italiano.
O Irmão Primeiro Vigilante, Gaetano Genovese, se gabava de ser sobrinho
do chefão de um dos segmentos da Máfia Siciliana, Giuseppe Bonnano, mais
conhecido como Joe Banana, que morava na região de Mezzogiorno, Sicília, dizendo
que ele era capo di tutti capi (chefão de todos chefões).
Os
Irmãos da Loja Remo e Rômulo, pouco mais de 20, residiam na própria vila e
alguns em aldeias vizinhas, pois era a única Loja Maçônica que existia naquelas
paragens.
Salvatore
Meneghetti, Irmão Porta-Estandarte e o decano da Loja, o mais idoso do grupo,
mas não menos ferrenho Maçom, nunca deixava de dar sua mensagem na Palavra do
Bem da Ordem em Geral e do Quadro em Particular. Suas alocuções eram verdadeiras aulas de
Maçonaria. Salvatore Meneghetti faleceu durante uma Sessão, justamente quando
explanava sobre a criação do Estandarte da Loja, de quem tinha sido o
idealizador.
Em
virtude dos Maçons se reunirem escondidos e secretamente, não sabiam como
informar a policia da morte do Obreiro. Para
resolver o problema, por ordem do Venerável Mestre, Enzo Regatoni, enterraram o
Irmão no próprio chão do Templo, precedido de Pompas Fúnebres, conduzido pelo
Mestre de Cerimônia, Luigi Provenzano. O
Irmão Secretário, Vito Andreazza, foi incumbido de providenciar uma cruz que
foi colocada dentro do caixão, enquanto o Mestre de Harmonia, Matteo Zanetti,
cantava o hino Maçônico e o Primeiro Diácono, Paolo Andreoli, acenava o incenso
aceso sobre o corpo do falecido. Um dos
Obreiros lembrou que ele dizia que, quando morresse, gostaria de ser enterrado
com seu avental. E isso foi feito. Foi comovente. Muito comovente.
Como
homenagem ao Irmão, que fora para o Oriente Eterno, ficou decidido que não se
permitiria que nenhum outro Irmão mais empunhasse o estandarte da Loja, durante
as sessões, que passaria a ficar, permanentemente, ao lado do Venerável Mestre,
durante os trabalhos. Assim foi dito,
assim ficou decidido ! Assim seja !
Na
primeira sessão, após o falecimento, no momento que seria a fala do Irmão Salvatore
Meneghetti, os Irmãos ficaram olhando entre si e, por alguns instantes, pairou
um silêncio sepulcral. De repente o
estandarte se desprendeu do mastro, sobrevoou o templo e caiu na cadeira do
Porta Estandarte. Foi um GADU nos acuda
! O Orador, Benito Ianelli, se assustou,
deu um grito e correu para a saída do Templo, tropeçando sobre o Guarda do
Templo, Giovanni Riello. Os demais
Obreiros da Loja saíram atrás, correndo pela noite a dentro cada um para
caminhos diferentes, sem olhar para trás.
O Irmão Hospitaleiro, Vito Denaro, corria fazendo o sinal da cruz com a
mão esquerda. Soube-se mais tarde que um
Aprendiz, Luciano Franchetti, se suicidou. Nunca mais se soube da Loja Remo e Rômulo.
Dizem
que em noite de Lua cheia, os moradores da localidade costumam ver um tipo de
pano esvoaçando pelo céu sem ter uma explicação para tal fato. Outros afirmam
ver um cadáver se removendo na terra da cova onde o Irmão Meneghetti está
sepultado.
Um
acontecimento que requer uma pesquisa e estudo profundo.....
Vero o invenzione ? Che ci crediate !
Se non è vero, è bene
trovato.....
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