Autor: E. Figueiredo
Há algum tempo
li uma notícia, transcrita de uma publicação americana, que o último jornal
impresso circulará pela última vez, no ano de 2043. A notícia
completava que o diagnóstico,
mais ou menos consensual, era que, com a chegada da Internet o antigo modelo de
negócios baseados em receitas publicitárias, seria danificado. Não entendi o que isso queria dizer.
Num outro artigo, que
tratava também sobre o fim dos jornais,
revistas e livros impressos, atribuía ao fato da modernidade que força as
mudanças dos hábitos, principalmente da leitura impressa, direcionando para a Internet,
face a facilidade de busca, a qualquer momento, naquilo que se tem interesse.
Mesmo 2043 estando muito
longe, acho prematuro o anúncio de que o jornalismo impresso esteja vivendo
seus derradeiros dias.
O primeiro jornal, no
sentido de noticiário impresso com circulação pública e periódica, surgiu em
1605, em Estrasburgo, que era uma cidade germânica.
Outros noticiários existiram
antes como manuscritos chineses, do século XVIII ou as “Acta Diurna”, a partir
do ano 59 a.C, em que o imperador romano Júlio César tornara público atos
governamentais, por meio de placas.
Em meados do século XV, a
técnica de impressão com tipos móveis, criada por Johannes Gutenberg, estimulou
a circulação de panfletos noticiosos por toda a Europa. Todavia, antes do jornal de Estrasburgo, em
1556, o governo da República de Veneza, publicou o mensal Notizie Scritte, folhas avulsas podiam ser compradas por uma gazetta (o nome da moeda inspirou
publicações em todo mundo com essa designação).
Esses avisos eram boletins escritos à mão e utilizados para distribuir
notícias políticas, militares e econômicas para as
cidades
italianas que compartilhavam algumas características de um jornal, apesar de não
serem, propriamente, considerados jornais verdadeiros.
Até 2007, quando se tornou on-line, o jornal mais antigo do mundo
em circulação era o sueco POST-OCH INRIKES TIDNINGAR, que publica registros e
notificações desde 1645.
O jornal impresso, ou
jornalismo moderno, surgiu no século XVI e tornou-se conhecido como o quarto
poder. A invenção da prensa móvel ficou
conhecida como a grande revolução da escrita impressa.
A revolução na época foi tamanha
que alguns historiadores afirmam que, a prensa de papel de Gutenberg, tirou o
planeta de vez da Idade Média, levando o mundo para a Era da Renascença, com o
despertar definitivo da ciência e do jornalismo profissional.
No Brasil o jornal impresso
chegou muito tempo depois, por volta de 1808, em virtude de motivos políticos e
econômicos. Oficialmente, a imprensa
brasileira nasceu no dia 13 de Maio de 1808, na cidade do Rio de Janeiro, com a
criação da Impressão Régia (hoje Imprensa Nacional) pelo Príncipe Regente Dom
João. O primeiro jornal publicado no
Brasil foi a Gazeta do Rio de Janeiro, que começou a circular em 10 de Setembro
de 1808, impressa em máquinas trazidas da Inglaterra. Todavia, no mesmo ano,
pouco antes, o jornalista Maçom e diplomata brasileiro Hipólito José da Costa
(1774-1823) lançara, de Londres, o primeiro jornal brasileiro com o nome de
Correio Braziliense, com data de Primeiro de Junho de 1808, mas só chega ao Rio
de Janeiro em Outubro, onde teve grande repercussão nas camadas mais
esclarecidas, mas foi proibido e apreendido pelo governo.
Os jornais impressos e o jornalismo
chegaram ao século XX no auge do seu prestígio e popularidade. A indústria dos jornais na época era tão
grande que as pesquisas afirmavam que 1 em cada 2 norte-americanos adultos lia
jornais uma vez por dia. O período entre
1890 e 1920 tornou-se conhecido como Era de Ouro dos Jornais.
A partir de 1920 a atividade do
jornalismo tradicional começa a decair com a chegada do rádio. O rádio tornou-se um poderoso concorrente que
passou a roubar anunciantes e os próprios jornalistas profissionais do
jornalismo tradicional.
Por sua vez, os jornais
tentam reagir e providenciam várias medidas para se tornarem mais modernos e
populares. Adotam, pela primeira vez, a
publicação em larga escala de fotos grandes e coloridas, pois até então eram
todas em preto e branco. Passam a usar
uma linguagem mais popular e também criam novas sessões com espaços aos
esportes e humor. Esse tipo de modernização
permitiu que o jornalismo tradicional chegasse até os dias de hoje. Entretanto, o século XX ainda reservava outra
surpresa: A Televisão !
A partir de 1950, a
televisão passou a dominar a hegemonia dos jornais, dos rádios e do jornalismo
clássico, e tornou-se o principal meio de comunicação em todo mundo, posição
que se mantém até hoje.
Com o surgimento e
popularização dos computadores e Internet, o jornalismo clássico se reinventa e
surge o Webjornalismo.
Apesar da diminuição da
importância dos jornais impressos, face às novas tecnologias, essas publicações
e a atividade de jornalismo tradicional, ainda ocupam grande espaço no mundo,
sendo considerado principal meio de comunicação, atrás apenas da televisão.
Meu pai não era de ler
livros, porém sempre tinha jornais em casa.
Ele lia tudo nos jornais, até os “reclames”. Quando eu estava com 10 para 11 anos ele
passou a pedir, às vezes, que lesse alguma coisa no jornal para ele. À princípio eu pensava que era castigo, mas
depois vim a compreender que era, primeiro, para aprender a ler jornal, hábito
que todo homem deve ter; segundo, que eu
fosse bem em leitura na escola. Com o
tempo, passei a ler quase que o jornal todo enquanto ele não interrompia seus
afazeres. Fiquei viciado em ler jornais
e nunca mais parei de lê-los.
Há de se considerar que, com o passar do tempo,
existe cada vez mais u’a maior ligação entre as tecnologias que surgem e o ser
humano, como forma de se ligar ao mundo.
A comunicação torna-se cada vez mais eficaz à medida que evoluímos:
passamos do telefone e telégrafo à rádio, da televisão à informática e hoje aos
denominados multimídias, que são hoje um dos mais eficazes recursos para
garantir a percepção e o acúmulo de conhecimento. Contudo, muitos opinam, que os jornais
impressos ainda têm vida longa e prevê-se que sobreviverão porque promoverão
mudanças radicais em seu conteúdo. Não
se pode confundir jornais com jornalismo.
Este, sim, jamais desaparecerá, pois é uma atividade profissional de comunicação num todo, que
abrange várias formas de interatividade.
Não sei como outras pessoas,
habituadas a ler jornais impressos, encaram a premonição do seu fim. Será que aquelas, que são da era antiga, e
não se acostumaram com as novas tecnologias, vão se adaptar à essas
modernidades ? Evidente que, com o avanço tecnológico, as coisas mudam e nunca
será o mesmo como no passado. Os processos
de mudança na comunicação passam pela contemporânea convergência cujas
plataformas agregam, inovavam e, consequentemente, ganham novos formatos, novas
forças, novos modelos e apresentações.
Aliás, isso é uma constante no jornalismo. O problema é como entender e encarar a
metamorfose que abrange uma coisa que se gosta.
Apesar de, às vezes, eu ler notícias pela Internet, para mim não é a mesma coisa, e, até acho meio
estranho. Já me transportei, na
imaginação, para esse futuro, para me ver no desjejum, pela manhã, sem meu
jornal impresso ao lado. INCONCEBÍVEL !
Na verdade o jornal impresso
tem grande poder de influência na sociedade, e, ela confia e se sente,
realmente, segura. Não obstante, a
evolução natural dos meios de comunicação e a procura em tempo real das
notícias leva, cada vez mais, as pessoas procurarem dispositivos tecnológicos,
que disponibilizam versões atualizadas o quê os impressos só publicam algum
tempo depois.
Diversas publicações
impressas já migraram para a Internet.
Se já possuíam veículo nessa plataforma, passaram a dar exclusividade em
virtude de vários interesses. Os motivos
variam desde o custo do papel à explosão da própria Internet, passando com a
proliferação de aparelhos como smartphones,
tablets e outros.
Com
essa nova dinâmica, no meio de comunicação, surgiram debates sobre como as
publicações impressas vão sobreviver.
Como divulgar informações se na Internet elas chegam em tempo real
?
Quem viver, verá !
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