Autor: Dilson C. A. Azevedo
(Adrienne Leban)
Pouco [...] são e valem
As palavras quando
Quem as pronuncia
Não entende o sentido delas.
(Padre Antonio Vieira, 1608, Lisboa –
1697, Salvador – Bahia)
2ª Parte
Após as informações anteriores novos
aspectos sobre a palavra Huzzé, podem ser considerados.
Manfred Lurker em sua obra “Dicionário
dos Deuses e Demônios” (Ed. Martins Fontes, 1993) explica que Hou (Hu) e Sai
eram companheiros constantes de Rá (Re), Deus Sol Egípcio, cultuado em Onnu
(chamada pelos gregos de Heliópolis, Cidade do Sol).
O célebre Ir.’. Albert G. Mackey 33º
REAA, Membro do Supremo Conselho, codificador de 25 Landmarks, e autor da obra
“The Symbolism of Free Masonry” fala que Ho (Hou) era o Sagrado Nome de Deus
entre os Druídas e que Hu em hebraico segundo escritores talmúdicos é um dos
nomes de Deus. Diz que a passagem de Isaías XIII, 8, no original: Ani JEHOVAH,
Hu Shemi, (na versão comum: “EU sou o Senhor, este é meu Nome”), poderia ser
interpretada: “Eu sou JEHOVAH, meu nome é Hu.
Em tradições Hindus, Sufis (Corrente
Mística do Islã), Hou é também relacionado à Divindade (do latim Divinus, vindo
do Sânscrito Dyaus, lido como Dios). Seria uma sílaba semente e dependendo de
sua pronúncia lembraria um som vocálico.
As vogais que são produzidas por um
fluxo ininterrupto de ar, contém as potencias mais secretas e intensas de uma
palavra, ou seja, sua espiritualidade. As consoantes necessitam de uma vogal
para formarem sílabas e serem pronunciadas, enquanto as vogais não precisam
disto.
Rudolph
Steiner (1861-1925), Maçom, fundador da Escola Antroposófica, afirma que: “Se
alguém ascendesse ao Mundo Espiritual poderia dizer que ele consiste de vogais,
e inclusive sugeria que o nome Divino (Tetragramaton) consistiria apenas em vogais.
As consoantes seriam representativas de três vogais longas”.
Segundo Jorge Adoum, o som fundamental
da voz humana é representado pela vogal A: “É o primeiro vagido que acompanha
nosso nascimento e o último que emitimos ao morrer”. “Os Sufis consideram que
ao respirarmos naturalmente com a boca aberta pronunciamos a vogal A, que
lembraria Allah e o seu Sopro de Vida”.
Outro termo para o nome da Divindade
foi Hel (ou El, ou Al), usado na composição de nomes como Emanuel (D’s está conosco), Nataniel (Dado por D’s), Michel (Michael; quem é como nosso
D’s), Rafael (Cura de D’s),
Israel (Yisrael reto com
D’s), etc. A propósito convém dizer que a forma plural de El é Elohim.
Curiosamente H, Há, Hh, observam-se em
nomes de grandes Instrutores da Humanidade como Hunahpu (Divindade Maia), Huiracocha-Viracocha
(Divindade dos Incas) etc, e inclusive na palavra Jhesus.
A letra Z, segundo o místico Dr. Jorge
Adoum, representaria a Luz Astral, sendo a força motriz de um ato operacional.
Vejamos agora outros aspectos deste
estudo através de fatos e conjecturas.
Nada, absolutamente coisa alguma, é
colocado nos Rituais Maçônicos sem um propósito ou cuidadosa avaliação.
Enumeremos então, segundo meu
entendimento, alguns possiveis efeitos da palavra (som, vibração) HUZZÉ,
lembrando o que disse Marcel Proust: “A
verdadeira viagem de descobertas não consiste em sair à procura de novas
paisagens, mas em possuir novos olhos”.
O som é uma onda mecânica (necessita
de um meio material pra se propagar) que percebemos pelo aparelho auditivo
dentro dos limites de 20 Hz a 20.000 Hz (1 Hz = 1 ciclo/segundo).
1º)
Existem sons, os quais sendo corretamente pronunciados e repetidos ocasionam
efeitos no Mundo visível e invisível. Seriam sons mântricos na Tradição Hindu,
ou a palavra mística “Ofó” na Tradição Iorubá. O Mantra (significa instrumento
da mente) muda o tipo de vibração da Consciência. Pode ser ele uma frase,
oração, ou sons simples como: 1) OM (escrito Aum), o mais importante,
representando o Verbo Divino, permitindo sintonização com a Harmonia Universal;
estimulador da glândula transdutora eletromagnética Pineal. Ele é pronunciado
geralmente em números múltiplos de nove ou de forma contínua. Quando isto
acontece de modo longo, repetido (ôôômmm, ôôômmm, ôôômmm) desenvolve a paranormalidade.
2) Eim (tranqüilizador, eliminador de sofrimentos e dor), 3) Phou (estimulador
dos Centros Energéticos), etc.
Não existem tradições espirituais,
inclusive indígenas nas quais não aconteçam recitação de Mantras. Podemos citar
outros exemplos:
a)
No
Judaísmo, Kadosh, Kadosh, Kadosh, Adonai Tsabayoth (Santo, Santo, Santo é o
Senhor das Hostes).
b)
No
Hinduísmo: Om Namah Shivaya.
c)
No
Catolicismo, um exemplo do uso deste conhecimento seria o Canto Gregoriano ou
Cantochão, usada nos conventos, com um estilo peculiar de entonação. (Ver Uol
busca: Cantochão, Música Gregoriana – You Tube)
Tudo vibra no Universo, existindo um
movimento periódico (isto é, que se repete) estabelecendo-se assim uma
frequência em certo período de tempo. Diz-se inclusive que um ser quanto mais
vibrações manifeste apresentará maior produção de luz, justificando-se assim a
frase de Michelangelo (1475 -1564):
“O
sol é a sombra de Deus”.
Alguns falam ser a Criação “A Canção
de Deus” e afirmam: Nada Brahma (Deus é Som). Na Bíblia (João 1:1-3) está
escrito: No princípio era o Verbo... (Verbo pode ser entendido também como Palavra,
Vibração, Som em ação).
Vivemos envoltos em um oceano de
energias (vibrações). Somos conglomerados de energias, e a palavra vem de um
pensamento que é uma modalidade energética.
Assim tudo é som (energia cinética),
ritmo, vibrações, e o próprio GADU geometriza por meio do som. A Ciência Humana
comprovou este último fato, apenas no século XVIII através do físico Ernst
Chladni, que mostrou o aparecimento de formas geométricas em lâminas metálicas
cobertas por fina camada de grãos de areia, ao serem submetidas à um som. Isto
evoluiu, e em 1960 transformou-se em nova Ciência: a Cimática. Esta pesquisa da
relação som e forma foi desenvolvida pelo cientista suíço Hans Jenny. Aos
interessados recomenda-se entra no Google colocando o nome Cimática e ver o
site Cymatic Experiment (imperdível!!!).
2º) Existe o mundo que
observamos restrito aos limites da nossa percepção sensorial e outro
invisível, onde estão seres menos densos, também em níveis diferentes de
evolução. Sabemos pelo Evangelho que ao ser pronunciado o nome Yeshua
(Yeoushua) afastavam-se de um ambiente seres desarmônicos (Malignos).
Quem sabe HUZZÉ poderia impedir a
aproximação destes seres, ou dissipar as baixas vibrações existentes no local em
que for pronunciado, assim como também o fazem resinas aromáticas (incenso)?
Este último recurso (milenar) é usado
na medicina com a designação de Aromaterapia. Permite que as moléculas que se
evolam durante a queima do incenso sejam absorvidas rapidamente pela mucosa
nasal (pituitária), logo influenciando mente, corpo e purificando o ambiente.
Lembre-se a propósito a sensação imediata de náuseas que sentimos ao
percebermos um cheiro desagradável.
3º) Ao jogarmos uma pedra em
um lago formam-se ondas que vão se espalhando. Não poderia HUZZÉ, por
ressonância, atingir níveis espirituais mais elevados estabelecendo um contato
com seres destes locais?
A cítara, instrumento musical indiano,
possui dois grupos de cordas, um deles vibrando apenas por ressonância daquelas
cordas tocadas pelo instrumentista (Ricardo Melo – O Poder dos Mantras).
4º) A luz laser (sigla em
Inglês de amplificação da luz por emissão estimulada de radiação), constituída
por ondas de mesma frequência e concordância de fase, apresenta pela coerência,
ordenação dos seus fótons, grande intensidade energética, ao contrario da luz
comum.
HUZZÉ, pronunciado em uníssono, com
voz forte, não teria efeito semelhante?
Lembremos os seguintes fatos:
a)
Nas
artes marciais japonesas existe o Kiai (Ki, energia Ai, harmonia), um som
liberado de modo explosivo, com vontade intensa capaz de efeitos
extraordinários diversos, como por exemplo, paralisar pequenos animais.
b) Na medicina, poderosa frequências ultrassônicas fragmentam cálculos na vesícula
biliar e renal (técnica da litotripsia).
c)
Segundo
a Bíblia o som unificado de trombetas fez ruir as muralhas da cidade de Jericó,
na Palestina, uma das mais antigas do Mundo (10 mil anos).
Para isto tivesse acontecido bastaria
as trombetas apresentassem a mesma frequência natural de vibração das muralhas
e assim elas não resistiriam a ressonância. Isto também pode acontecer com a
voz humana quebrando taças de cristal.
Dentro deste aspecto consideremos
também que embora em outros Ritos Maçônicos empreguem-se diferentes aclamações,
elas são enunciadas com ênfase e antecedidas necessariamente pela união do
pensamento de todos os membros da Loja, atingindo-se assim um nível elevado de
energia no ambiente.
5º)
Temos hoje pelos conhecimentos científicos da relação matéria – energia, sendo
a matéria energia condensada (por analogia lembrar o vapor d’água e gelo) a
compreensão mais fácil do que afirmam as ciências orientais. Dizem elas que
possuímos outros corpos além do físico vibrando em comprimentos de onda diferentes.
Não comumente os percebemos, pela limitação dos nossos sentidos).
Para estas Ciências, fora do corpo
físico existem também Centros de Distribuição da Energia Vital (Prana, Ki,
Orgone) denominados Chakras (nome sânscrito significando roda). Seu número
seria variável de acordo com a tradição em que são estudados. De acordo com o Hinduísmo
seriam em número de sete, e fariam mudanças da Energia de um nível para outro.
No alto da cabeça
localiza-se o 7º Chakra que estabelece contato com a Energia Espiritual Divina.
Estimulando-se os
Chakras por Mantras mentalização, ou elevando-se com a ajuda de um mestre a
Energia Kundalini que está localizada próximo a base da coluna e aos órgãos
genitais, despertam-se os Siddhis (poderes espirituais) e experimenta-se o
Samadhi (Consciência Expandida).
Não aconteceria com as vibrações
energéticas do HUZZÉ, uma harmonização destes centros?
(Chakras – Anodea
Judith – Ed. Mauad)
Em nosso corpo denso, material,
físico, com 60 trilhões de células, não haveria também ressonância salutar por
esta aclamação?
Em 2001, o Dr. Luciano Bernardi, da
Universidade de Pávia, Itália, publicou na conceituada e rigorosa Revista
Médica British Medical Journal, um estudo mostrando o efeito físico da
harmonização em ritmos autonômicos do corpo (respiração, frequência cardíaca,
pressão sanguínea), quando pessoas entoavam a Ave Maria em Latim ou Mantras
Iogues.
6º) Nossa parte emocional também não
poderia ser afetada pelo HUZZÉ?
Basta lembrar o entusiasmo, ânimo, que
sentimos ao ouvir marchas militares.
Falam até alguns autores que havendo
tensões em Loja, o V.´.M.´. deve suspender os trabalhos e coordenar um HUZZÉ de
forma tríplice, a fim de restabelecer a harmonia no ambiente.
Concluindo:
No século XIII o filósofo Guilherme de
Occam (Ockham, 1280–1349) enunciou algo que ficou conhecido como “Navalha de
Occam” e que permitiria mais uma visão de todas estas considerações:
“Entia non sunt multiplicanda praeter necessitatem” – (A
explicação que requer menos suposições; é a mais provável de ser correta).
Entretanto, sabemos existir véus
encobrindo conhecimento profundos, aos quais o homem enquanto mortal, não pode
ter acesso, a não ser quando atinja níveis elevados de concepções, amor,
altruísmo!
Não aconteceria também assim, nos
Mistérios Últimos da nossa Sublime Ordem?
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