(Quarta parte)
Autor: Ir.´. Dilson C. A. Azevedo
O aspecto comunicação do “Senhor” com o Sumo Sacerdote, ocorria necessariamente entre os dois querub da Arca.
Não acontecendo o relacionamento por outros meios, como por exemplo, sonhos ou visões, indicariam isto uma limitação ao poder Divino.
Dentro de uma ampla visão sobre este assunto, cite-se aqui opinião de alguns autores, verdadeira ou falsa, que ali manifestava - se não o D’S Supremo do Universo, e sim um “Encarregado em preparar o povo hebreu para alguma missão histórica na Humanidade”.
Estes pesquisadores lembram ainda diversas passagens bíblicas demonstrando constantes encontros de Mensageiros (Anjos) com o povo eleito, o qual se caracteriza até hoje por um rigoroso respeito à Tradição, Família e Religião, o que contribui para a posição que ocupam na Sociedade. Exemplos de contatos: Agar encontra o anjo Miguel; Abraham é impedido por um anjo em imolar Isaque; Jacó luta com um anjo, etc.
O referido “Encarregado” embora possuindo grandes qualidades, ou não seria escolhido para a missão contrasta muito com o perfil de um “Pai” apresentado posteriormente por Jesus: bondoso, nunca ameaçador, ou coagindo a obediência.
Em várias passagens do Velho Testamento está escrito, textualmente, que aquele citado “Ser” era autoritário, desconhecia coisas (p.ex.no Êxodo, qual a casa dos Hebreus ou egípcios na matança dos primogênitos), arrependia-se, exigia sacrifícios (ver Levítico), ordenava massacres (p.ex., dos Cananeus). Andou “Ele” na Terra e teve seus pés lavados na morada de Abraham, onde provou alimento preparado por Sara (Gênesis 18).
Leia-se a propósito, as passagens a seguir: Números 11,1(fogo contra os que murmuravam contra Ele), Números 15,3-7 (sacrifícios com odor agradável a Javé) Números 15,32 (morte ao homem que colhia lenha no sábado), Números 11,10 (Javé em cólera por lamurias do povo), Números31 (vingança de Javé contra os madianitas), Êxodo 12,13 (o sangue seria o vosso sinal nas casas onde estiverdes), Êxodo 32,27 (manda matar 3 mil homens, irmão amigos por induzirem Aarão a criar um bezerro de ouro),Josué 10,11 (Javé faz cair pedras do céu contra inimigos de Israel), Ezequiel 9,5 (exterminar velhos, jovens, criancinhas ), Deuto 2,26-35 (destrói de cidades e todos os habitantes, homens, mulheres, crianças), Isaias 45,7 (formei a luz, criei as trevas, dou felicidade, suscito a desventura).
Evitam os teólogos abordar estas citações constrangedoras, difíceis de encarar frente às características Divinas, e apresentam varias explicações. Eis algumas delas:
1º) Não se deve interpretar a Bíblia literalmente.
2º) O “Senhor” concede a vida, e pode tirá-la...
3º) Era necessário proteger Israel da corrupção espiritual e idolatria, embora tenha sido comprovado no deserto que os israelitas eram tão inclinados a idolatria, quanto seus vizinhos...
O teólogo holandês A. Van de Beek chegou até dizer: “O modo de agir de D’S não corresponde aos nossos padrões de bem e mal”.
Outros religiosos citam Deut 32,3”-4:” Ainda que Ele seja forte, suas obras são perfeitas.
Porque todos os seus caminhos são justiça. “D’S é fiel e sem iniqüidade, justo e reto é Ele”.
Ressalta-se ainda que a Bíblia, divinamente inspirada, capaz de transformar os homens e construir uma sociedade melhor, foi escrita após os acontecimentos descritos, com informações que circulavam de boca em boca, havendo uma variedade de modos de falar e contar os fatos.
Existe também no que está relatado, a possibilidade de antropopatismo, ou seja, atribuir a D’S sentimentos humanos.
Acontecem muitas vezes, distorções das palavras Divinas para justificar violências, ou tirar proveitos pessoais.
O célebre Godefroy de Bouillon (1058-1100) líder da Primeira Cruzada, “fervoroso cristão”, ao invadir Jerusalém, não poupou mulheres, crianças, velhos e doentes, sendo que em alguns locais da cidade, o sangue corria pelas escadas e chegava até a pata dos cavalos.
A Klu Klux Kan (do grego Kuklos, círculo acrescido da palavra Clan), organização racista dos E. Unidos inspirada em passagens da Bíblia justificava por isso sua violência contra negros e judeus.
Nas expedições militares contra os Cátaros (do grego Katharos, puro) religião outrora existente na França, derivada do Cristianismo, considerada pelo Vaticano como Heresia, chegou-se a afirmar em massacre de uma cidade que todos os habitantes deveriam ser mortos, pois D’S saberia reconhecer os seus.
Assim vão os seres humanos ao longo da história, interpretando mal os acontecimentos, perpetuando erros, adotando condutas em desacordo com os princípios que afirmam defender.
Voltando à comunicação através da Arca, citem-se as conclusões do Prof. Roger Isaacs, membro de uma família, judaica de rabinos e estudiosos bíblicos, em seu livro Talking With God (2010), fruto de quarenta anos de pesquisas.
Considera ele que a Arca seria um instrumento receptor e transmissor de ondas eletromagnéticas, convertendo-as em sons, graças aos querubins, palavra relacionada ao acadiano Karubu, a qual tem vários sentidos, um deles orar, comunicar-se com D’S.
Segundo este autor a palavra pedra (eben em hebraico), referindo-se ao que Moises recebeu no Sinai (Êxodo 24,12) é substituída depois na Bíblia por “Edut” (testemunho), devendo o termo “arone ha edut” ser traduzido por “Arca da Comunicação”.
A cobertura da Arca (caporet) apresentava os querubins. Neles está ressaltado um aspecto de asas ou disco alado, conhecido por muitas culturas antigas (egípcia, assíria, fenícia), com a função de guardar ou proteger. Serviriam eles na Arca como antenas para atrair ondas sonoras para o “Edut”.
Este conjunto pedras e antena, constituindo um aparelho de recepção, lembram na época moderna o antigo Rádio de Galena (sulfeto de chumbo cristalizado no sistema cúbico; octaedros) com uma bobina e capacitor. Foi empregado na guerra pelo seu pequeno tamanho e simplicidade, bastando esticar um fio (antena; dispositivo responsável por radiação e recepção de ondas) para se captar estações. Poder-se-ia também usar-se cristal de silício neste aparelho.
Quando ocorria comunicação entre a Divindade e os Hebreus, surgia uma Nuvem sobre a Arca, e esta mesma nuvem estava presente quando a Arca foi instalada no Templo de Salomão, causando grandes impactos entre os presentes (1 Reis 8,1- “ Os Sacerdotes não puderam continuar suas funções por causa da Nuvem, pois a “Glória” de Javé enchia o Templo).
Esta ocorrência seria perigosa por ser radioativa, produzindo queimaduras ou morte (ver Levítico). Mesmo quando ela não estava presente havia perigo residual. Não se tocavam as coisas sagradas pelo perigo de morte (Números 4,15).
Usava-se proteção para os efeitos dela através de incenso especial, sal, óleo, sangue (tem diversos eletrólitos: íons positivos e negativos), roupas adequadas, etc.
Sacrifícios eram feitos não para expiação, porém para proteção química dos perigos da nuvem radioativa.
Em nossa época após o acidente atômico em Fukushima no Japão (12/04/2011) estão sendo realizados estudos com resveratrol, antioxidante encontrado no vinho tinto, uvas, nozes visando proteção contra a doença da radiação.
No Japão pesquisas com a sopa de miso, também mostraram efeitos benéficos por quelação de metais pesados como o estrôncio radioativo, descarregando-o do corpo.
Visando proteção apenas para a tireóide emprega-se o iodato de potássio.
* O Ir.´. Dilson é membro ativo do GEIA e maçom regular da ARLS Verdadeiros Irmãos, 669.