O TEMPLO MAÇÔNICO

O TEMPLO MAÇÔNICO

QUAL A VERDADE QUE INVESTIGAMOS?


Autor: Ir.˙. Caio R. Reis

Nós, maçons, somos investigadores da verdade. Assim aprendemos desde o dia que ingressamos na  Ordem.
Vamos então definir a qual verdade nos referimos. Seria Deus? Seria qual o nosso papel neste planeta? Seria a vida após a morte?
Qualquer que fosse a nossa definição uma coisa é certa. Todas essas indagações a serem investigadas, deveriam ser absolutamente desprovidas de quaisquer imposições dogmáticas.

Os dogmas são colocações imutáveis e não sujeitas a contestações e indagações.
Não creio que seria possível investigar qualquer dos temas acima mencionados se esbarrarmos em dogmas que impeçam a nossa investigação.
Sou um agnóstico convicto e como tal não tenho reservas para qualquer tipo de investigação.

O agnosticismo diz que não existem provas concretas da existência de Deus da mesma forma que não existem provas da não existência.
O agnóstico é como os pratos de uma balança em movimento, oscilando de um lado para o outro.

E o que seria então realmente, o agnosticismo?

Segundo definição da Enciclopédia Digital Koogan-Houaiss, “o agnosticismo é a doutrina que declara inacessível o absoluto ao espírito humano ou que considera vã qualquer metafísica ontológica.”
Diante disto, já que estamos em uma sociedade nascida enquanto dos aceitos junto com o iluminismo e podemos observar que mesmo dentre os racionalistas puros do século XVII há grande divergências entre seus pensamentos, é de se afirmar que o espírito humano, com sua mente limitada a uma capacidade mínima de uso, não tem como explicar ou declarar o que é o supremo. Compete-nos, contudo, estudar e pesquisar. Ampliar nossos conhecimentos e separar o que é de César e dar a César.

Eu me posiciono mais pela existência de um princípio criador que sou impotente para defini-lo e acho razoável, apesar de não existirem provas, que estamos sujeitos a  normas que regulam a nossa existência.

As vezes eu me pergunto se a crença em um princípio criador não seria um dogma que impediria um aprofundamento maior nesta questão.
Não me tomem como um ateu mas creio que devemos ouvir até mesmo os argumentos daqueles que definitivamente não admitem a existência de Deus.
Somente desta maneira estaremos realizando uma investigação honesta e imparcial.

Ë bem difícil ser maçom e despojar-se muitas vezes de princípios que trazemos arraigados desde a mais tenra idade. Esta porém é a única forma de investigarmos temas transcendentais  e desta investigação tirarmos algum proveito.

As duas grandes sociedades secretas que precederam a Maçonaria atual, e que existiram na Inglaterra no início de 1700, foram a “Royal Society” e o “Invisible College” que geraram as Lojas Maçônicas inglesas. Estas sociedades secretas reuniam-se de forma reservada pois eram compostas por investigadores da verdade e abrigavam no seu seio os grandes intelectuais da época. Caso os assuntos discutidos por eles chegassem ao conhecimento do Clero, corriam o risco de prisão, excomunhão e outros castigos porque a Igreja tinha em suas mãos o poder de Estado.

As Lojas Maçônicas que se originaram destas sociedades, formaram a Maçonaria como a conhecemos hoje em dia.
Existe uma corrente de maçons que diz sermos originários dos maçons operativos, que eram os antigos construtores dos templos. Eu, particularmente discordo desta afirmativa, pois esses maçons eram homens rudes, de pouca cultura e dificilmente teriam condições de discutir temas transcendentais. Descendemos sim, daqueles membros das antigas sociedades secretas, posteriormente transformadas em Lojas.

A Grande Loja da Inglaterra, originariamente Grande Loja de Londres,  nada mais era do que a reunião dessas Lojas e necessitava de uma Constituição para reger a Potência que ora se formava.
Naquela época por determinação superior as autoridades religiosas e os médicos tinham livre ingresso nas Lojas mesmo não havendo sido iniciados.
Assim foi que o Pastor Presbiteriano James Anderson sobre quem pairam dúvidas se foi ou não iniciado na Ordem, recebeu o convite, com mais catorze irmãos para escrever a Constituição Maçônica.

Tornou–se então a segunda Constituição Maçônica, mais conhecida como Constituição do Venerável  Pastor Presbiteriano James Anderson, publicada pela primeira vez no ano de 1723,  a primeira foi a Constituição francesa de 1523 que traduzia aquilo que continha a Constituição Gótica, mais simples talvez e sem motivações religiosas.
A Constituição de Anderson é impregnada pelo espírito místico-religioso, e mostra a Maçonaria como um sistema de ordem moral, um culto para conservar e difundir a fraternidade e união entre os homens e a crença na existência de Deus.



Sobre Deus e religião dizia o Pastor Anderson o seguinte:
 “Um Maçom é obrigado, por dever de ofício, a obedecer a Lei Moral; e se ele compreende corretamente a Arte, nunca será um estúpido ateu nem um libertino irreligioso.”
Muito embora nos tempos antigos os Maçons fossem obrigados em cada país a adotar a religião daquele país ou nação, qualquer que ela fosse, hoje pensa-se mais acertado, somente obrigá-los a adotar aquela religião com a qual todos os homens concordam, guardando suas opiniões particulares para si próprios, isto é, serem homens bons e leais, ou homens de honra e honestidade, qualquer que seja a denominação ou convicção que os possam distinguir; por isso a Maçonaria se torna um centro da união e um meio de conciliar uma verdadeira amizade entre pessoas que de outra forma permaneceriam em perpétua distância.

Algumas das Lojas inglesas, revoltadas com a imposição de dogmas, migraram para a França e insurgiram-se contra essa Constituição Maçônica e também com a interferência de religiosos da época nos assuntos da Ordem.
Na França, criaram o Rito Moderno que não questionava a existência  de Deus e não obrigava que a bíblia estivesse presente nas sessões maçônicas. Foram chamados de ateus, mas justificavam que esta era uma questão de foro íntimo de cada um e que tal assunto não interessava para a Maçonaria.

Foi dessa Maçonaria francesa que se originaram as primeiras Lojas brasileiras, como hoje as conhecemos. Faço todo esse relato para que os irmãos sintam como foi e tem sido difícil para nós maçons livrarmo-nos de tudo aquilo que impede sermos verdadeiros investigadores da verdade mesmo que transitória.

Assim, esperamos que as nossas mentes continuem cada vez mais, sendo abertas, para que possamos cumprir o nosso papel na sociedade, combatendo os fanatismos e livrando-nos de dogmas que possam servir como empecilhos para a busca da verdade.

Que o G.˙. A.˙. D.˙. U.˙. a todos ilumine e guarde.

O MAÇOM, O HOMEM, A NATUREZA E A SOCIEDADE

  Autor: Ir.˙. Angel Domingos Zaccaro Conesa


A natureza não erra, o homem é quem muda o piso que habita.

O Clima da terra tem variado ao longo das eras. No final dos anos 70 surgiu a hipótese de que a temperatura média global da terra estaria aumentando devido à intervenção do homem. Reforça-se com argumentos como a concentração de gás carbônico criando o efeito estufa. Falava-se em derretimento de geleiras, aquecimento dos mares que provocam imensas chuvas e conseqüentes alagamentos deixando rastros de destruição e mortes. 

Tudo isto graças à ação destruidora do homem. Todas as hipóteses eram ou são fundamentadas em que o planeta Terra vai ser destruído pelas mãos dos homens que com suas ganâncias econômicas geram o tão temido efeito estufa com a alta produção do gás carbônico em suas industrias, escapamentos automotivos queimadas e outras atividades. 

Mas, como diria o personagem da escolinha do prof. Raimundo,“há controvérsias”. O professor Luiz Carlos Molion é daqueles cientistas que não temem nadar contra a corrente. Em 1992 na ECO 92 quando o planeta discutia o aumento do buraco na camada de ozônio, ele defendeu que não havia motivos para tamanha preocupação. 

Paulista, 61 anos, pós doutor em meteorologia, formado na Inglaterra e EUA, membro do Instituto de Estudos Avançados de Berlin e representante da América Latina na Organização Meteorológica Mundial, defende que a temperatura global não esta subindo e que a ação do homem nada tem a ver com o propalado aquecimento global.

Acredita que a ação do homem é muito pequena para alterar o clima da Terra e que sua influência limita-se somente ao seu entorno. Seus argumentos são fortes “o Hemisfério Sul é diferente do Hemisfério Norte e a partir disto torna-se complicado falar em temperatura média global”. Dados americanos mostram que na década de 30 e 40 as temperaturas foram mais elevadas do que agora. A maior divergência está no fato de quererem imputar esse aquecimento às atividades humanas, particularmente a queima de combustíveis fósseis e a agricultura que libera metano. 

Entre 1915 e 1946 a temperatura média global subiu 0,4 grau centígrado e a liberação de CO2 na época era menos do que 10% de hoje. Para Molion por trás de tudo isto há um movimento dos paises ricos em frear o crescimento dos emergentes.
O que é o mais importante para este meu trabalho é entender a relação do homem com o seu micro habitat e, portanto, continuo descrevendo os argumentos do Prof. Molion que inocenta o homem ou pelo menos diminui a sua importância na alteração do clima GLOBAL limitando-o ao meio que vive e interage.

O clima compreende um padrão dos diversos elementos atmosféricos que ocorrem na atmosfera da Terra. Fenômenos como frente frias, tempestades, furacões e outros estão associados tanto às variações meteorológicas preditas pelas leis físicas determinísticas, assim como a um conjunto de variações aleatórias dos elementos meteorológicos (temperatura, precipitação, vento, umidade, pressão do ar) cuja principal ferramenta de investigação é a estatística. As semelhanças em várias regiões da Terra, de tipos específicos, caracterizam os diversos tipos de clima para o que são consideradas as variações médias dos elementos meteorológicos, ao longo das estações do ano num período de não menos de 30 anos

Podemos definir sociedade como simplesmente a um grupo de pessoas vivendo juntas numa comunidade organizada.
A origem da palavra sociedade vem do latim societas, uma "associação amistosa com outros”. Societas é derivado de socius, que significa "companheiro", e assim o significado de sociedade é intimamente relacionado àquilo que é social. Está implícito no significado de sociedade que seus membros compartilham interesses ou preocupações mútuas sobre um objetivo comum. 

Como tal, sociedade é muitas vezes usado como sinônimo para o coletivo de cidadãos de um país governados por instituições nacionais que lidam com o bem-estar cívico. Situando-se sempre em uma região geográfica definida. A sua modificação para a construção ou destruição, depende fundamentalmente dos homens que a governam ou a influenciam.

Com seus rituais antigos,segredos cuidadosamente guardados e símbolos misteriosos a Maçonaria exerce seu fascínio há quase 300 anos gerando mitos e entendidos distorcidos divulgados em livros escritos por Dan Bown e outros escritores oportunistas ou não. A verdade é que estas informações expõem o povo maçônico tornando-nos facilmente identificáveis e gerando questionamentos dos nossos propósitos ou ações. Afinal para que serve a Maçonaria? Para que servem os Maçons? 

Ora, temos a resposta. Não temos a ação. Se, como afirma o Cientista Luiz Carlos Molion, o homem é quem tem o poder de mudar o seu habitat provocando as modificações climáticas torna-se mais fácil entender a missão de construtores da sociedade e agir buscando blindar o mundo profano que interagimos. Podemos mudar a nossa sociedade simplesmente aplicando o que estudamos e discutimos em nossos Templos e Lojas. 

A verdadeira missão, desde o primeiro juramento que fizemos em nossa iniciação, em que declinamos acreditar em um Deus e necessariamente não ser religioso, ainda que muitos Irmãos sigam os princípios de uma religião e a Maçonaria não sendo uma religião, congrega homens de bons princípios e que acreditam serem capazes de transformar uma sociedade em um ambiente de homens livres, fraternos e sem preconceitos. 

Estou “chovendo no molhado” mas as chuvas incessantes levaram os governantes das cidades do mundo inteiro a replanejar seus sistemas de esgotos e armazenamento de águas tipo os piscinões da Cidade de São Paulo.
O fascínio de alguns não maçons pela Maçonaria vem da falsa concepção de que os Maçons estão envolvidos em atividades de adoração ao Satanás e conspirações de uma sociedade secreta para derrubar governos. 

Nada disto é verdade. Somos uma associação perfeitamente publica. Nossos edifícios são vistosos e identificáveis pelos nossos sagrados símbolos em suas fachadas. Administramos muitas sociedades beneficentes cujos beneficiários na maioria das vezes não são Maçons. Isto só fortalece o ponto de vista do que quero tratar. 

Por não disporem das tecnologias de hoje os antigos artistas de teatro, na Idade Média, para fazer uma mudança de cenário, enquanto trocavam as pinturas da montanha pelas do palácio, um coral cantava estrofes para entreter a platéia. Criou-se assim a palavra catástrofe (canta estrofe) que nada mais é a mudança brusca do cenário, para o bem ou para o mal.

Não podemos mudar o mundo de uma única vez. Podemos promover constantemente as mudanças, atuando incansavelmente na nossa micro sociedade, em nosso local de trabalho, em nosso condomínio, no trânsito, com amigos de nossos filhos, no supermercado, enfim, aonde possamos estar presente e na surdina, pois a mão direita não dever saber o que a esquerda faz, promover a grande catástrofe que certamente Ashmole, Moray e nossos irmãos dos idos de 1717 imaginaram.

A fonte de energia para o Planeta Terra é o Sol parcialmente cobertos de nuvens que formam uma cortina protetora porém são os Oceanos quem controlam o clima global. O homem transforma as florestas em áreas cultiváveis ou cidades, ocupando espaços não apropriados, indevidos, criando uma ilha impermeável de calor urbano fazendo com que a água da chuva não evapore e não cumpra sua função de refrigerar. 

Desejamos ver a Ordem engrandecida, importante, atuante, dentro e fora dos templos e câmaras.
Ao estudar nossa história encontramos muitos de nossos Irmãos atuando brilhantemente e destacando-se no destino de muitos países.
Hoje em dia, não se verifica tal destaque. Há que se realizar todo um trabalho para se fazer novamente os grandes exemplos brotando dos templos.

Não se trata, aqui, de buscar posições de destaque, de aparecer, de mostrar importância. O fato é que, os princípios ensinados na Maçonaria constituem matéria sadia e exemplo dignificante na postura do homem e na formação e modificação da sociedade, perante ele próprio, perante a família, na sociedade e no destino da nação. É sobre o homem que chamo a atenção para refletirmos para alcançarmos soluções e promover micro alterações na sociedade, como o homem realiza no seu habitat e no clima.

Chamo a atenção para agirmos de forma que a Ordem atue novamente influente na sociedade, não pela Ordem em si, mas pela qualidade dos ensinamentos sociais que promove.
A natureza não erra, o homem é quem muda o piso que habita.

BIBLIOGRAFIA :

-W.Kirk MacNulty
A Maçonaria,segredos,significados
Ed. Thames & Hudson - 2006
- João Ferreira Durão
Maçonaria Escocesa – Ensaios Culturais
Ed. Madras- 2006
- Luiz Carlos Baldiciro Molion
Desmistificando o Aquecimento Global
Instituto de Ciências Atmosféricas, Univ. Federal de Alagoas
- Revistas Veja e Isto é – Fev/2010
- site www.frórumdaliberdade.com.br – Curriculum de Luiz Carlos Molion