Autor: André Luis Guarizo A.´. M.´.
PREFÁCIO
A vitória do Movimento
Revolucionário de 1776, que deu origem à República dos Estados Unidos da
América, foi também uma vitória da Maçonaria, pois os ideais maçônicos de
Liberdade, Igualdade e Fraternidade, foram os alicerces para a construção do
novo país.
A recém-nascida nação foi uma
espécie de laboratório para a construção da sociedade democrática no mundo,
onde se organizou um governo que “em certo sentido, nascia de baixo para cima”.
Dois maçons notáveis contribuíram para declaração de Independência dos Estados
Unidos da América: George Washington e Benjamin Franklin.
O INÍCIO
Tudo começou nos arredores de
Versalhes, nas proximidades da capital francesa, Paris, em 1865, durante um
jantar na casa do historiador e jornalista Maçom Francês Edouard de Laboulaye,
na Aldeia de Glavingny, um Subúrbio de Paris. Entre os presentes estavam Oscar
e Edmond de Lafayette, netos do Marquês d’lafayette, os Maçons George
Whashington e Henry Martin, o artista Frederic Auguste Bartholdi.
Oficialmente, o monumento foi
idealizado para homenagear os Estados Unidos no centenário da sua independência
e, ao mesmo tempo, celebrar as boas relações entre os dois países.
Laboulaye foi quem primeiro
propôs a ideia do presente, e o povo francês arrecadou os fundos em uma
campanha nacional feita pela Maçonaria para que, em 1875, a equipe do escultor
Bartholdi começasse a trabalhar na estátua colossal.
Em 1871, Bártoli, com 31 anos de
idade, ficou imbuído com a ideia e também o desafio que apresentou seu talento
artístico, porém a proposta permaneceu inativa durante o regime autocrático de
Napoleão III e ao longos dos anos destrutivos da Guerra Franco Prussiana.
Portando cartas de apresentação e
grandes esperanças, Bartholdi viajou para a América e, no convés do Navio
Pereire , visualizou a Baía inferior de Nova Iorque, onde teve uma visão de uma
deusa magnífica, erguendo uma tocha em uma mão e acolhendo todos os visitantes
para a terra da liberdade e oportunidade.
Com papel e pincel, na cor da água, esboçou a ideia da Estátua da
Liberdade.
Voltando à França, o projeto
sofreu vários adiamentos porque, naquela época, não era politicamente
conveniente que, na França imperial, se comemorassem as virtudes da ascendente
república norte-americana.
Bartholdi então, inspirado pelo
no Colosso de Rodes para construir a Estátua da Liberdade, usou duas pessoas
especiais para se inspirar na construção da estátua. A mulher representada na
estátua da liberdade possui a silhueta corporal de sua noiva e as feições do
rosto, foram inspiradas em sua mãe.
Tornou-se patente que ele
incorporara símbolos da Maçonaria no seu projeto – a tocha, o livro na sua mão
esquerda, e o diadema de sete espigões em torno da cabeça, como também a tão
evidente inspiração ligada à deusa Sophia, que compõem o monumento como um
todo. Isto, talvez, não era uma grande surpresa, o visto ser Maçom. Segundo os
iluministas, por meio desta, foi dado “sabedoria” nos ideais da Revolução
Francesa.
A estrutura em que a estátua se
apoia foi construída pelo Maçom Gustave Eiffel, o famoso construtor da Torre
Eiffel. O pedestal sobre o qual se apoiaria a estátua seria construído e
financiado pelos americanos.
O PROJETO
Para a sustentação da estátua,
ele sugeriu uma estrutura com uma torre central em ferro, firmemente ancorada
no pedestal, e ela consistiria em um andaime de ferro com reforços diagonais. A
esse esqueleto seria acoplada uma estrutura secundária, mais próxima da forma
da estátua, de onde sobressairiam diversas barras de ferro, planas e flexíveis,
que se ligaria com o que podemos chamar de “pele” do monumento.
Em estilo Neoclássico,
essa “pele” foi constituída por 300 pranchas de cobre norueguês, moldadas
manualmente e unidas com rebites, somando 80 toneladas. Inicialmente, Bartholdi
fez diversos modelos em argila, e depois em gesso até chegar ao cobre, em
chapas bem finas com 2,3 mm de espessura. A estátua foi montada,
provisoriamente, no pátio do ateliê onde fora modelada, e somente em 1885 o
monumento de 46,5 metros e com quase 225 toneladas foi enviado para Nova York.
O seu projeto consistia em um
sólido simples com vagas influências egípcias, de 27 metros de altura e
fundações de 20 metros, de autoria do arquiteto norte-americano Ricardo Morris
Hunt.
A CONSTRUÇÃO
Os pilares foram erguidos
em torno das paredes de um antigo forte, que recebeu como enchimento um imenso
volume de concreto.
O ferro da estrutura reagiu,
eletroliticamente, com o cobre da “pele” da estátua, o que causou sérios danos
à estrutura até a década de 1980, que ainda foi agravado pela penetração da
água da chuva nas chapas de cobre que se dilataram com o tempo, formando
aberturas entre elas. Para sanar o problema, a estrutura do monumento foi
trocada por aço inoxidável, o que levou um ano. Ao todo, foram trocados 3000
metros de barras da estrutura.
Na época em que foi construída, a
estátua da liberdade era o monumento mais alto do mundo, com 92 metros, sendo
capaz de oscilar 7,5 cm com um vento de 80 km/h, como um ótimo exemplo da
combinação entre resistência e flexibilidade.
São 167 degraus de entrada até o
topo do pedestal. Depois, são mais 168 degraus até a cabeça. Por fim, outros 54
degraus levam à tocha. A coloração verde-azul é causada por reações químicas, o
que produziu sais de cobre e criou a atual tonalidade.
Registos históricos não fazem
qualquer menção da fonte de fios de cobre usados na Estátua da Liberdade, mas
suspeita-se que sejam provenientes da Noruega. Foi desmontada e enviada para
Nova York, onde então foi montada no pedestal projetado pelo arquiteto americano
e Maçom Richard Morris Hunt.
A Montagem da estátua teve três etapas:
O pedestal foi construído pelos
americanos entre 1884 e 1885. Seus pilares foram erguidos em torno das paredes
de um antigo forte, que recebeu como enchimento um imenso volume de concreto.
O esqueleto da Lady Liberty é de
ferro fundido: uma estrutura erguida em torno de dois pilares centrais, que
sustentam as barras diagonais para fixar as placas de cobre.
As placas de cobre que formam a
camada externa foram unidas com rebites. No miolo, há uma escada com 354
degraus (o elevador interno só vai até a plataforma, logo abaixo dos pés da
estátua).
A estátua foi terminada em França
em Julho de 1884 e chegada ao porto de New York, em 17 de Junho de 1885. Para
se preparar para o trânsito, a estátua foi reduzida a 350 partes individuais e
embalada em 214 containers de madeira. (O braço direito e a tocha, que foram
terminados mais cedo, tinham sido exibidos na exposição Centennial em
Filadélfia em1876, e depois disso no quadrado de Madison em New York City.) a
estátua foi remontada no seu suporte novo num tempo de quatro meses.
Para tal, o navio Bay Ridge,
levou para a ilha de Bedloy, onde hoje está erguida a estátua. Cerca de 100
maçons, onde o principal arquiteto do pedestal, o Maçom Richard M. Hunt,
entregou as ferramentas de trabalho aos maçons construtores.
A estátua “ Lady Liberty” foi
inaugurada em 28 de Outubro de 1886. O presidente Grover Cleveland presidiu a
cerimônia em 28 de Outubro de 1886 e o Maçom Bispo Episcopal de New York fez a
invocação. O Maçom Bartholdi retirou a bandeira francesa do resto da estátua. O
principal orador da cerimônia foi o Maçom Chaucey M. Depew, senador dos Estados
Unidos.
A pedra fundamental foi
então assente conforme ritualística maçônica, própria para estes eventos, e
também um tributo prestado aos homens livres e de bons princípios, com
reconhecida reputação internacional.
As peças que iriam compor a
estátua chegaram ao porto de New York, em Junho de 1885; foram montadas sobre a
estrutura construída por Gustave Eiffel.