O TEMPLO MAÇÔNICO

O TEMPLO MAÇÔNICO

UMA NOVA INSTRUÇÃO

 Autor: João Carlos Castilho




 

Querido irmão Secretário,

Me fale qual é a ordem do dia.

Uma nova instrução V.´. M.´.,

Inédita e de grande valia.

 

                        Meus irmãos Vigilantes.

                        Ajudai-me nesta instrução

                        Aos demais irmãos,

                        peço sua atenção.

 

Irmão 2º Vigilante, o que se sabe

Sobre esta inédita instrução.

Não vejo nada em nossos rituais,

Isso me causa aflição.

 

E você Irmão 1º Vigilante,

Tendes a informação?

Se conhece, nos diga logo

Do que se trata esta inédita instrução.

 

Lamento V.´. M.

Em nada posso ajudar,

Desconheço a nova instrução

Não posso me manifestar.

 

                        Pela ordem V.´. M.´..

                        Prossiga irmão Orador.

                        Recebemos aqui uma prancha,

                        Assinada ...” O CRIADOR”

 

Podeis ler querido irmão,

Tendes a minha permissão.

Desculpe V.´. M.´. não posso,

Aqui diz... Esta é sua missão.

 

                Meus Verdadeiros Irmãos...

 

                Este ano foi sem dúvida

                Um ano bem diferente

                Sem batidas do malhete

                Do Venerável no Oriente

 

                        Sem Jantar Ritualístico

                        Sem abraço fraternal

                        Sem toques ou palavras

                        E também sem o sinal.

 

Tudo isso teve um propósito

Uma importante lição

Que precisa ser aprendida

Nesta inédita instrução.

 

                        De nada adianta o dinheiro

                        O status ou o poder

                        O AMOR é mais importante

                        Mais que o SER, mais que o TER

 

Seja forte, acredite,

Quem acredita sempre alcança

Enquanto existir o AMOR

Há de haver a ESPERANÇA.

 

                        Está encerrada esta inédita instrução deste ano meus irmãos.

                        Meditemos sobre ela.

 


Feliz 2021 para todos os irmãos, cunhadas e sobrinhos, com muito

                        AMOR e ESPERANÇA

                        Tudo vai ficar bem.

 

 

 

 

 

                       

 


A MAÇONARIA E A ESTÁTUA DA LIBERDADE

 Autor: André Luis Guarizo A.´. M.´.


PREFÁCIO

A vitória do Movimento Revolucionário de 1776, que deu origem à República dos Estados Unidos da América, foi também uma vitória da Maçonaria, pois os ideais maçônicos de Liberdade, Igualdade e Fraternidade, foram os alicerces para a construção do novo país.

A recém-nascida nação foi uma espécie de laboratório para a construção da sociedade democrática no mundo, onde se organizou um governo que “em certo sentido, nascia de baixo para cima”. Dois maçons notáveis contribuíram para declaração de Independência dos Estados Unidos da América: George Washington e Benjamin Franklin.

O INÍCIO

Tudo começou nos arredores de Versalhes, nas proximidades da capital francesa, Paris, em 1865, durante um jantar na casa do historiador e jornalista Maçom Francês Edouard de Laboulaye, na Aldeia de Glavingny, um Subúrbio de Paris. Entre os presentes estavam Oscar e Edmond de Lafayette, netos do Marquês d’lafayette, os Maçons George Whashington e Henry Martin, o artista Frederic Auguste Bartholdi.

Oficialmente, o monumento foi idealizado para homenagear os Estados Unidos no centenário da sua independência e, ao mesmo tempo, celebrar as boas relações entre os dois países.

Laboulaye foi quem primeiro propôs a ideia do presente, e o povo francês arrecadou os fundos em uma campanha nacional feita pela Maçonaria para que, em 1875, a equipe do escultor Bartholdi começasse a trabalhar na estátua colossal.

Em 1871, Bártoli, com 31 anos de idade, ficou imbuído com a ideia e também o desafio que apresentou seu talento artístico, porém a proposta permaneceu inativa durante o regime autocrático de Napoleão III e ao longos dos anos destrutivos da Guerra Franco Prussiana.















A CONCEPÇÃO

 

Portando cartas de apresentação e grandes esperanças, Bartholdi viajou para a América e, no convés do Navio Pereire , visualizou a Baía inferior de Nova Iorque, onde teve uma visão de uma deusa magnífica, erguendo uma tocha em uma mão e acolhendo todos os visitantes para a terra da liberdade e oportunidade.  Com papel e pincel, na cor da água, esboçou a ideia da Estátua da Liberdade.

Voltando à França, o projeto sofreu vários adiamentos porque, naquela época, não era politicamente conveniente que, na França imperial, se comemorassem as virtudes da ascendente república norte-americana. 

Bartholdi então, inspirado pelo no Colosso de Rodes para construir a Estátua da Liberdade, usou duas pessoas especiais para se inspirar na construção da estátua. A mulher representada na estátua da liberdade possui a silhueta corporal de sua noiva e as feições do rosto, foram inspiradas em sua mãe.

Tornou-se patente que ele incorporara símbolos da Maçonaria no seu projeto – a tocha, o livro na sua mão esquerda, e o diadema de sete espigões em torno da cabeça, como também a tão evidente inspiração ligada à deusa Sophia, que compõem o monumento como um todo. Isto, talvez, não era uma grande surpresa, o visto ser Maçom. Segundo os iluministas, por meio desta, foi dado “sabedoria” nos ideais da Revolução Francesa.

A estrutura em que a estátua se apoia foi construída pelo Maçom Gustave Eiffel, o famoso construtor da Torre Eiffel. O pedestal sobre o qual se apoiaria a estátua seria construído e financiado pelos americanos.

O PROJETO

Para a sustentação da estátua, ele sugeriu uma estrutura com uma torre central em ferro, firmemente ancorada no pedestal, e ela consistiria em um andaime de ferro com reforços diagonais. A esse esqueleto seria acoplada uma estrutura secundária, mais próxima da forma da estátua, de onde sobressairiam diversas barras de ferro, planas e flexíveis, que se ligaria com o que podemos chamar de “pele” do monumento.

  Em estilo Neoclássico, essa “pele” foi constituída por 300 pranchas de cobre norueguês, moldadas manualmente e unidas com rebites, somando 80 toneladas. Inicialmente, Bartholdi fez diversos modelos em argila, e depois em gesso até chegar ao cobre, em chapas bem finas com 2,3 mm de espessura. A estátua foi montada, provisoriamente, no pátio do ateliê onde fora modelada, e somente em 1885 o monumento de 46,5 metros e com quase 225 toneladas foi enviado para Nova York.

O seu projeto consistia em um sólido simples com vagas influências egípcias, de 27 metros de altura e fundações de 20 metros, de autoria do arquiteto norte-americano Ricardo Morris Hunt.

A CONSTRUÇÃO

 Os pilares foram erguidos em torno das paredes de um antigo forte, que recebeu como enchimento um imenso volume de concreto.

O ferro da estrutura reagiu, eletroliticamente, com o cobre da “pele” da estátua, o que causou sérios danos à estrutura até a década de 1980, que ainda foi agravado pela penetração da água da chuva nas chapas de cobre que se dilataram com o tempo, formando aberturas entre elas. Para sanar o problema, a estrutura do monumento foi trocada por aço inoxidável, o que levou um ano. Ao todo, foram trocados 3000 metros de barras da estrutura.

Na época em que foi construída, a estátua da liberdade era o monumento mais alto do mundo, com 92 metros, sendo capaz de oscilar 7,5 cm com um vento de 80 km/h, como um ótimo exemplo da combinação entre resistência e flexibilidade.

São 167 degraus de entrada até o topo do pedestal. Depois, são mais 168 degraus até a cabeça. Por fim, outros 54 degraus levam à tocha. A coloração verde-azul é causada por reações químicas, o que produziu sais de cobre e criou a atual tonalidade.

Registos históricos não fazem qualquer menção da fonte de fios de cobre usados na Estátua da Liberdade, mas suspeita-se que sejam provenientes da Noruega. Foi desmontada e enviada para Nova York, onde então foi montada no pedestal projetado pelo arquiteto americano e Maçom Richard Morris Hunt.











A Montagem da estátua teve três etapas: 

O pedestal foi construído pelos americanos entre 1884 e 1885. Seus pilares foram erguidos em torno das paredes de um antigo forte, que recebeu como enchimento um imenso volume de concreto.

O esqueleto da Lady Liberty é de ferro fundido: uma estrutura erguida em torno de dois pilares centrais, que sustentam as barras diagonais para fixar as placas de cobre.

As placas de cobre que formam a camada externa foram unidas com rebites. No miolo, há uma escada com 354 degraus (o elevador interno só vai até a plataforma, logo abaixo dos pés da estátua).

A estátua foi terminada em França em Julho de 1884 e chegada ao porto de New York, em 17 de Junho de 1885. Para se preparar para o trânsito, a estátua foi reduzida a 350 partes individuais e embalada em 214 containers de madeira. (O braço direito e a tocha, que foram terminados mais cedo, tinham sido exibidos na exposição Centennial em Filadélfia em1876, e depois disso no quadrado de Madison em New York City.) a estátua foi remontada no seu suporte novo num tempo de quatro meses.

Para tal, o navio Bay Ridge, levou para a ilha de Bedloy, onde hoje está erguida a estátua. Cerca de 100 maçons, onde o principal arquiteto do pedestal, o Maçom Richard M. Hunt, entregou as ferramentas de trabalho aos maçons construtores.

A estátua “ Lady Liberty” foi inaugurada em 28 de Outubro de 1886. O presidente Grover Cleveland presidiu a cerimônia em 28 de Outubro de 1886 e o Maçom Bispo Episcopal de New York fez a invocação. O Maçom Bartholdi retirou a bandeira francesa do resto da estátua. O principal orador da cerimônia foi o Maçom Chaucey M. Depew, senador dos Estados Unidos.

 A pedra fundamental foi então assente conforme ritualística maçônica, própria para estes eventos, e também um tributo prestado aos homens livres e de bons princípios, com reconhecida reputação internacional.

As peças que iriam compor a estátua chegaram ao porto de New York, em Junho de 1885; foram montadas sobre a estrutura construída por Gustave Eiffel.

 

 

 

 

 


CERIMÔNIA MAGNA DE INSTALAÇÃO E POSSE

 


Ontem dia 21 de setembro a ARLS Verdadeiros Irmãos, 669 realizou com todas as medidas de segurança necessárias a Cerimônia Magna de Instalação e Posse do novo Venerável Mestre, Ir.´. Julio Cesar Carvalho dos Santos e da nova administração da Loja.

Todas as medidas foram tomadas para a realização de uma reunião presencial.

A reunião contou com a presença dos delegados distrital e regional.

Dirigida de maneira exemplar pela Comissão Instaladora a reunião cumpriu perfeitamente os seus propósitos colocando no Trono de Salomão o estimado Ir.´. Julio que temos certeza fará uma gestão profícua.

Foi exaltada a gestão do Past Master João Carlos Castilho que continuará colaborando com a Loja em todos os momentos que ela necessitar.

Tivemos irmãos visitantes que muito ajudaram para abrilhantar a Sessão.

Após o término da Sessão, foi servido aos presentes um copo d'agua no refeitório.

Parabéns à ARLS Verdadeiros Irmãos, 669.









O DEUS DE SPINOZA

Autor: Alfredo V. Terçarioli Ramos






DEUS, SPINOZA EINSTEIN E STEPHEN HAWKING.

“...EU NÃO VIM TRAZER A PAZ, MAS A ESPADA...”
Se fizermos um concurso relâmpago com os que nos cercam a presença neste exato momento para apostarmos em QUEM disse esta frase, estou convicto que surgirão muitos nomes de Guerreiros e Generais, como Genghis Khan, Napoleão, Alexandre o Grande, Julio Cesar, Anibal o Grande, Saladino, Átila o Huno, e muitos outros, e poucos ou talvez ninguém, irá atribuir a frase ao seu real emissor, Jesus de Nazareth.
A assertiva simplesmente não combina com uma boca que somente pronunciava palavras mansas, de amor, perdão e tolerância e certamente causará estranheza e dúvida.
Porém, como toda frase solta, há que se buscar o CONTEXTO em que foi proferida para evitar mal-entendidos e para que possamos captar o se perfeito sentido.
O Famoso Rabi da Galiléia certamente não estava incentivando o conflito ou a violência. Neste caso específico, ele se referia à sua convicção de que a mensagem nova que ele trazia não iria se implantar entre os homens sem causar conflito. Profundo conhecedor da natureza humana, ele já antevia as distorções, contendas e polêmicas que iriam ser criadas em seu nome, e baseadas nos seus ensinamentos, simplesmente para acomodar os mais mesquinhos e imediatistas interesses humanos.
E assim se cumpriu mais esta profecia.
O homem se aglutinou em uma Igreja que, em princípio, deveria ser a defensora e divulgadora das mais simples e contundentes verdades cristãs, mas que acabou se transformando um imenso conglomerado poderoso a defender interesses mais que mundanos. A medida que crescia seu poder temporal, com imensos exércitos e riquezas, mas se distanciava dos ensinamentos originais.
Uma das grandes vítimas deste processo foi a CIÊNCIA.
Por séculos esta natural atividade do ser humano, fruto de sua curiosidade insaciável, foi reprimida e combatida pelo poder implacável da Religião humana simplesmente por que as verdades naturais que vinham à  tona contrariavam diametralmente as “convenientes inverdades religiosas criadas para controlar e oprimir as pessoas.
A medida em que os heroicos e bravos cientistas primitivos iam pesquisando e desvendando a natureza, misturando suas ervas, manipulando suas fórmulas, observando o céu estrelado, iam percebendo que os ensinos formais da igreja não combinavam com a realidade dos fatos. E por esta razão foram implacavelmente perseguidos, torturados e executados por esta Igreja cega que tentava assim ocultar o brilho da verdade através da violência e da insana perseguição.
Não é à toa que tal período da história foi chamado de “Idade das Trevas”. Nome nenhum seria mais apropriado.
Porém, como é impossível conter a luz do sol, assim também ocorre com a verdade dos fatos naturais. Mesmo operando na clandestinidade, muitas vezes abrigados em grupos secretos e iniciáticos como a Maçonaria primitiva, os Alquimistas e muitos outros, os cientistas foram aos poucos prosperando e avançando nos seus estudos e descobertas.
Este divórcio que ocorreu entra a Religião e a Ciência ainda perdura até hoje. Estas duas vertentes do conhecimento humano que deveriam sempre andar de mãos dadas, em paralelo, pois são complementares, acabaram se afastando de forma irreconciliável a ponto de que, nos dias de hoje, é raro se ver um cientista de renome declarar que acredita em Deus, pois isso seria vergonhoso no meio acadêmico.
A Igreja Romana tem tentado, muito timidamente, se reconciliar com a ciência, investindo em algumas atividades no campo da Astronomia (O observatório do Vaticano tem alguma relevância científica) e da medicina, em especial da genética. Mas o mal causado foi muito grande e o abismo existente ainda é imenso e somente um reconhecimento cabal e unilateral das falhas de seus dogmas absurdos poderia oferecer alguma chance de reconciliação.
Como isso não ocorrerá tão cedo, a ciência continuará por ora a ter vida própria e permanecer na sua caminhada solo, apartada do ponto de vista religioso. Em algum momento, a própria razão vai chegar num beco sem saída, em que a única resposta para o avanço será admitir a existência de um princípio criador onipotente, e por fim provar de forma fática e palpável a inequívoca existência de Deus. Somente assim daremos um salto quântico na evolução da humanidade para os próximos estágios.
Porém, faz parte da Lei Natural, por ser inato no ser humano, a consciência da existência de um princípio criador. Mesmo que de forma tímida e disfarçada, a maioria dos Cientistas, vez por outra, acaba admitindo a indefectível existência de Deus, az vezes com outros nomes e conceitos que facilitem a aceitação por parte de seus pares e não fira assim o seu orgulho acadêmico.
Um exemplo clássico disso nos deu Albert Einstein e posteriormente Stephen Hawking, dois dos maiores baluartes da física teórica, que declararam sua crença do “Deus de Spinoza”.
E, afinal de contas, de que se trata este tal “Deus” tão particular que provocou a capitulação filosófica de mentes tão brilhantes como famosas?
Baruch de Spinoza nasceu em 24 de novembro de 1632 em Amsterdã (no que hoje é a Holanda). Membro de família Judaico-Portuguesa que havia emigrado de Portugal para fugir da Inquisição da Igreja Romana, foi um dos principais Filósofos racionalistas do Sec. XVII, em mesmo nível de importância que René Descartes.  Spinoza se notabilizou por combater a superstição e o dogmatismo das religiões formais, em especial o Catolicismo Romano.
O Deus de Spinoza é o Deus do protesto, da libertação dos grilhões dos ensinamentos esdrúxulos das religiões formais, da opressão, da tortura e da Inquisição. Poderíamos, sem medo de errar, trocar a palavra DEUS por NATUREZA e encaixar no texto de Spinoza que o sentido permaneceria inalterado. Evidentemente que existem alguns "abusos" conceituais de Spinoza, com os quais eu, particularmente, não concordo, especialmente quando ele afirma que as nossas ações não trazem consequências, mas isso é até compreensível se levarmos em conta o CONTEXTO em que ele viveu e desenvolveu suas ideias. Para começar, a família teve que fugir de Portugal para não cair nas garras da inquisição. São estas coisas terríveis que moldam um espírito e provocam alguns exageros.
Porém, se pararmos para comparar, o conceito do Deus de Spinoza, embora imperfeito, é bem melhor que o Deus terrível das religiões formais, que se compraz com a dor, que é vingativo, que se ira, que se arrepende, que premia a violência e está repleto das imperfeições humanas, num processo inaceitável de antropomorfismo.

DEUS, SPINOZA, EINSTEIN E STEPHEN HAWKING.
Quando perguntaram a Einstein se ele acreditava em Deus, ele respondeu: “Acredito no Deus de Spinoza, que se revela por si mesmo na harmonia de tudo o que existe, não no Deus que se interessa pela sorte e pelas ações dos homens”.
Stephen Hawking também declarou sua crença no Deus de Spinoza.

MENSAGEM DE DEUS, SEGUNDO BARUCH SPINOZA
 “Pare de ficar rezando e batendo no peito! O que quero que faça é que saia pelo mundo e desfrute a vida. Quero que goze, cante, divirta-se e aproveite tudo o que fiz para você.

Pare de ir a esses templos lúgubres, obscuros e frios que você mesmo construiu e acredita ser a minha casa! Minha casa são as montanhas, os bosques, os rios, os lagos, as praias, onde vivo e expresso Amor por você.

Pare de me culpar pela sua vida miserável! Eu nunca disse que há algo mau em você, que é um pecador ou que sua sexualidade seja algo ruim. O sexo é um presente que lhe dei e com o qual você pode expressar amor, êxtase, alegria. Assim, não me culpe por tudo o que o fizeram crer.

Pare de ficar lendo supostas escrituras sagradas que nada têm a ver comigo! Se não pode me ler num amanhecer, numa paisagem, no olhar de seus amigos, nos olhos de seu filhinho, não me encontrará em nenhum livro.

Confie em mim e deixe de me dirigir pedidos! Você vai me dizer como fazer meu trabalho?

Pare de ter medo de mim! Eu não o julgo, nem o crítico, nem me irrito, nem o incomodo, nem o castigo. Eu sou puro Amor.

Pare de me pedir perdão! Não há nada a perdoar. Se eu o fiz, eu é que o enchi de paixões, de limitações, de prazeres, de sentimentos, de necessidades, de incoerências, de livre-arbítrio. Como posso culpá-lo se responde a algo que eu pus em você? Como posso castigá-lo por ser como é, se eu o fiz?

Crê que eu poderia criar um lugar para queimar todos os meus filhos que não se comportem bem, pelo resto da eternidade? Que Deus faria isso? Esqueça qualquer tipo de mandamento, qualquer tipo de lei, que são artimanhas para manipulá-lo, para controlá-lo, que só geram culpa em você!

Respeite seu próximo e não faça ao outro o que não queira para você! Preste atenção na sua vida, que seu estado de alerta seja seu guia!

Esta vida não é uma prova, nem um degrau, nem um passo no caminho, nem um ensaio, nem um prelúdio para o paraíso. Esta vida é só o que há aqui e agora, e só de que você precisa.

Eu o fiz absolutamente livre. Não há prêmios, nem castigos. Não há pecados, nem virtudes. Ninguém leva um placar. Ninguém leva um registro. Você é absolutamente livre para fazer da sua vida um céu ou um inferno.

Não lhe poderia dizer se há algo depois desta vida, mas posso lhe dar um conselho: Viva como se não o houvesse, como se esta fosse sua única oportunidade de aproveitar, de amar, de existir. Assim, se não houver nada, você terá usufruído da oportunidade que lhe dei.

E, se houver, tenha certeza de que não vou perguntar se você foi comportado ou não. Vou perguntar se você gostou, se se divertiu, do que mais gostou, o que aprendeu.

Pare de crer em mim! Crer é supor, adivinhar, imaginar. Eu não quero que você acredite em mim, quero que me sinta em você. Quero que me sinta em você quando beija sua amada, quando agasalha sua filhinha, quando acaricia seu cachorro, quando toma banho de mar.

Pare de louvar-me! Que tipo de Deus ególatra você acredita que eu seja? Aborrece-me que me louvem. Cansa-me que me agradeçam. Você se sente grato? Demonstre-o cuidando de você, da sua saúde, das suas relações, do mundo. Sente-se olhado, surpreendido? Expresse sua alegria! Esse é um jeito de me louvar.

Pare de complicar as coisas e de repetir como papagaio o que o ensinaram sobre mim! A única certeza é que você está aqui, que está vivo e que este mundo está cheio de maravilhas.

Para que precisa de mais milagres? Para que tantas explicações? Não me procure fora. Não me achará. Procure-me dentro de você. É aí que estou batendo em você”.

Alfredo V. Terçarioli Ramos - M؞I؞
ARLS Verdadeiros Irmãos, 669

A NOITE DO CORTA JACA

Autor: E. Figueiredo










“A música é o barulho que pensa !”
Victor Hugo (1802-1885)
Um escândalo político aconteceu, envolvendo a Primeira-dama Nair de Teffé (1886-1981), a compositora carioca Chiquinha Gonzaga (1847-1935) e o senador Ruy Barbosa (1849-1923), no final do mandato do Presidente Hermes da Fonseca. Na noite de 26 de Outubro de 1914, houve um desses saraus, nos quais eram
apresentados números musicais de música erudita, tendo na
programação apenas obras clássicas.
No repertório, que incluía
peças do compositor Arthur Napoleão e uma das célebres
rapsódias do húngaro Franz List (1811-1886), praxes de
qualquer ambiente elevado da elite da Primeira República,
figurava timidamente um tango para violão (na verdade um
maxixe) a ser executado pela própria Primeira Dama, Nair de
Teffé que, nesse dia, a cerimônia foi no Palácio do Governo,
para solenidade de despedida da gestão do Presidente Hermes
da Fonseca (1855-1923), onde compareceram representantes do
corpo diplomático e a elite carioca. Ao final do sarau, Nair pegou
o violão (que na época era considerado um instrumento de
menor importância e associado à malandragem) e executou o
Corta-Jaca acompanhado de Catulo da Paixão Cearense (1863-1946). Era a primeira vez que aquele tipo de música, que não era tocado nos salões elegantes da época, onde era executada somente música clássica. Muitos historiadores consideram o divisor de águas da música popular brasileira.


Tratava-se de um maxixe, ritmo que era, terminantemente proibido nos salões elegantes das principais capitais brasileiras. A esposa de Hermes da Fonseca escolheu o maxixe
“Gaúcho” ou “Corta-Jaca”, de autoria de Chiquinha Gonzaga, para ser executado ao violão
(instrumento, até então, renegado pela elite brasileira), nos jardins do Palácio do Catete,
para escândalo de todo o pais. O episódio, bastante polêmico, ficou conhecido como “A Noite do Corta-Jaca”, envolvendo uma Primeira-dama brasileira, Nair de Teffé, segunda esposa do Presidente da República Marechal Hermes da Fonseca, que governou o Brasil entre 1910 e 1914. (A primeira esposa, Orsina Francione da Fonseca, havia falecida em1912.).
Entretanto, uma figura permanentemente inquieta, sempre disposta a mudar as coisas para melhor entra no cenário da controvérsia: Ruy Barbosa de Oliveira, baiano de nascimento. Rui Barbosa era Maçom, tendo sido iniciado na Maçonaria, quando ainda acadêmico de Direito, na famosa Faculdade das Arcadas, em São Paulo, tornando-se membro da Loja América, em 01.07.1869.

O Maçom Ruy Barbosa, buscava nos
seus discursos desgastar ainda mais a
imagem do Presidente Hermes, que era
seu opositor político e que o derrotara


na última eleição presidencial, em pleito
que foi cheio de fraudes e denúncias.
Indignado, Ruy Barbosa proferiu um
discurso inflamado, quase violento, nos
Senado Federal:
O grande jurista e orador, era não
somente um defensor da moral, como
também associava gosto e gênero
musical com virtudes. No púlpito, com o espírito Maçônico que lhe era peculiar, fez um
discurso de crítica avassaladora contra a música Corta-Jaca da forma mais cáustica e
severa, ridicularizando a música e afetividade em volta dela.

“Uma das folhas (jornais) de ontem estampou em fac-simile o
programa da recepção presidencial em que diante do corpo
diplomático, da mais fina sociedade do Rio de Janeiro, aqueles
quem deviam dar ao país o exemplo das maneiras mais distintas e
dos costumes mais reservados elevaram o Corta-Jaca à altura de
uma instituição social.
Mas o Corta-Jaca de que eu ouvira falar há muito tempo, que vem a
ser ele, Sr. Presidente ? A mais baixa, a mais chula, a mais
grosseira de todas as danças selvagens, a irmã gêmea do batuque,
do cateretê e do samba. Mas nas recepções presidenciais o Corta-
Jaca é executado com todas as honras da música de Wagner, e não
se quer que a consciência deste país se revolte, que as nossa faces
se enrubesçam e que a mocidade se ria ?”

A senhora Nair de Teffé, que usava o pseudônimo de Rian (Nair ao contrario) reagiu ao seu estilo, sarcasticamente, publicando uma caricatura do então senador Ruy Barbosa,
que se sentiu profundamente ofendido.
Apesar de Ruy, o Corta-Jaca foi um sucesso !
Em seu livro A VERDADE SOBRE A REVOLUÇÃO DE 1922, Nair
de Teffé comenta sobre o acontecimento “As pedras que ele me
atirou não me atingiram. Elas dormem esquecidas no fundo do mar
ou na terra e só serviram para assinalar a luta que enfrentei contra
os preconceitos de então”
Numa pequena entrevista, no dia 8 de Novembro de 1977, foi
perguntado a senhora Nair de Teffé, que sempre foi bela culta e
refinada, se ela havia cantado ou tocado Corta-Jaca no Palácio
Presidencial. Ela respondeu:

___ “Eu estudei música e gostava de apresentar em reuniões
músicas francesas, italianas e americanas. A propósito, Catulo da
Paixão Cearense, com quem eu me dava muito, certa vez me disse
por que você não apresenta uma peça brasileira nas reuniões que
realiza ? Então lhe perguntei que peça eu poderia tocar nestas
apresentações. Por sugestão do Catulo, foi lembrado o Corta-Jaca ,
que no momento parecia ser a mais indicada. Aprendi a tocá-la no
pinho (expressão usada para designar o violão) com Emílio Pereira,
exímio violonista que residia em Petrópolis e que vinha ao Rio, me
dar aulas aqui no Palácio. Foi com ele que aprendi a tocar o Corta-
Jaca, mas jamais cantei a referida peça.”

Nair de Teffé Von Hoonholtz nasceu em berço
aristocrático em 1886, em Petrópolis, filha de Antonio
Luiz Von Hoonholtz, o Barão de Teffé e de Maria Luiz
Dodsworth, neta do Conde prussiano Frederico
Guilherme Von Hoonholtz. Desde cedo seguiu o pai
em suas andanças pelo mundo como cientista e
diplomata. Nair faleceu no dia do seu aniversário,
com noventa e cinco anos, em 1981
Chiquinha Gonzaga, cujo nome completo era
Francisca Edwiges Neves Gonzaga, nasceu no Rio
de Janeiro em 1847. Ela era compositora,
instrumentista e maestrina. Foi a primeira pianista
“chorona” (musicista de choro) autora da primeira
marcha carnavalesca com letra (“O Abre Alas”,
1899), e, também, a primeira mulher a reger uma orquestra no Brasil. Faleceu no Rio de
Janeiro, em 1935.
O Corta-Jaca mereceu inúmeras gravações, passando a integrar, sobretudo, em sua
versão instrumental, o grande repertório do choro e da música nacional. E fez parte,
também, da trilha sonora do filme “SONHO SEM FIM”, dirigido por Lauro Escorel.

A composição da letra, da polêmica música de Chiquinha Gonzaga, foi composta por José Machado Pinheiro e Costa e gravada em disco, pela primeira vez, por Pepa Delgada e Mário Pinheiro:

Neste mundo de misérias
Quem impera
É quem é mais folgazão
É quem sabe cortar jaca
Nos requebros
De suprema, perfeição, perfeição
Ai, ai, como é bom dançar, ai!
Corta-jaca assim, assim, assim
Mexe com o pé!
Ai, ai, tem feitiço tem, ai!
Corta meu benzinho assim, assim!
Esta dança é buliçosa
Tão dengosa
Que todos querem dançar
Não há ricas baronesas
Nem marquesas

Que não saibam requebrar, requebrar
Este passo tem feitiço
Tal ouriço
Faz qualquer homem coió
Não há velho carrancudo
Nem sisudo
Que não caia em trololó, trololó
Quem me vir assim alegre
No Flamengo
Por certo se há de render
Não resiste com certeza
Com certeza
Este jeito de mexer
Um flamengo tão gostoso
Tão ruidoso
Vale bem meia-pataca
Dizem todos que na ponta
Está na ponta

Nossa dança corta-jaca, corta-jaca !

IA.IU.IEIE

Obras consultadas:
Brandão, Moreno - Ruy Barbosa – Mestre do Vernáculo

Campos, Maria Fátima H. – Nair de Teffé Artista do Lápis e do Riso
Diniz. Edinha – Chiquinha Gonzaga, Uma História de Vida
Figueiredo, E. – Ruy Barbosa - Um Esquecido Herói Maçom (artigo)
Santos, Paulo César – Nair de Teffé – Símbolo de uma Época

(*) E. Figueiredo – é jornalista – Mtb 34 947 e pertence ao
CERAT – Clube Epistolar Real Arco do Templo/
Integra o GEIA – Grupo de Estudos Iniciáticos Athenas/
Membro do GEMVI – Grupo de Estudos Maçônicos Verdadeiros Irmãos/
Integrante do Grupo Maçonaria Unida
Obreiro da ARLS Verdadeiros Irmãos – 669 – (GLESP)

“Oh ! Quam bonum est et quam jucundum, habitare fratres in unum!”



Não há limite para a cultura Maçônica !

O CONHECIMENTO MAÇÔNICO SÓ TEM VALOR
QUANDO COMPARTILHADO