O TEMPLO MAÇÔNICO

O TEMPLO MAÇÔNICO

A PUREZA DO RITO SCHRODER

Autor:Hamilton Oceano Martins(*)



A Maçonaria não é uma ciência exata, por mais que procuremos unificá-la. Torna-se difícil visto que a cultura maçônica está voltada toda ela para o REAA, por ser o Rito mais difundido em todo o Brasil, de onde a maioria dos IIr.Schrödeanos tem sua origem e que, buscando mais liberdade de pensamento, liberdade histórica, filosófica e fraterna, partiram para novos caminhos. O problema das diferenças é que as Lojas que trabalham no Rito Schröder estão distribuídas em três Potências ou obediências, a saber: GOB, COMAB e CMSB, num total de 128 Lojas em 24 unidades de Federação. Ou seja, governos diferentes, constituições, leis e regulamentos diferentes. Temos inclusive que orientar muitos IIr.quando nos procuram em busca de sugestões ou para trazer novidades de outros Ritos por acharem mais práticas sobre a questão da identidade no nosso Rito Schröder. As Potências não têm o direito de mudar a pureza dos Ritos como nos ensina o Mestre Hercule Spoladore: “O Grão-Mestre, quando recebe em sua Potência um Rito, recebe de ‘porteira fechada’”. O aconselhamento do Colégio do Rito é que procuremos junto às nossas Potências estarmos ligados às Comissões Litúrgicas bem como num relacionamento amistoso com o Grão-Mestre, a fim de que nossas necessidades em benefício e engrandecimento do Rito Schröder sejam atendidas de maneira adequada. Os Grão-Mestres não tem obrigação nenhuma em conhecer todos os Ritos de sua Potência e, por esta razão, os IIr.com mais conhecimento devem estar por perto para conseguir o maior aprimoramento do Rito. A G. L. de São Paulo acaba de revisar os rituais de Aprendiz, Companheiro e Mestre, buscando a fidelidade aos rituais de 1.960 do Rito Schröder, cuja contribuição maior foi dos IIr. Rui Badaró e Ivan Carlos Catunda, conhecedores da língua germânica, que contribuíram bastante com o aprimoramento real dos rituais. Nem sempre o Grão-Mestre designa para as Comissões de Liturgia IIr.de vários Ritos, fazendo com que alguns deles opinem sobre Ritos que não conhecem em sua profundidade, o que traz dificuldades para a manutenção da pureza e da riqueza do Rito. Vários IIr.tem escrito sobre as diferenças do Rito Schröder em relação ao REAA e que aqui enumeramos algumas, que consideramos importantes na preservação do Rito: REAA SCHRÖDER Triponto Ponto Oriente Leste Ocidente Oeste Coluna Castiçal Painel Tapete Maço/Cinzel Alvião Past Master Ex-Venerável Trolhamento Exame Leitura do Ritual Memorização Luzes Dignidades Câmara de Reflexão Câmara Escura Preparação para Iniciação Respeito Idade Não tem Poderíamos continuar com uma listagem prolongada para mostrar as diferenças, lembrando que temos no Brasil dois REAA, o praticado pelo GOB e COMAB, via França, genuínos, vermelho (sem entrar nas questões políticas – “Stuart”) e das Grandes Lojas (1928, de Mário Behring), que por ocasião da fundação das GG. LL. trazia REAA, Emulação e Schröder. No ritual de 1928 (GLESP REAA) vamos encontrar: Leste, Oeste, Ex-Venerável, etc., etc. e tantas outras nomenclaturas que foram se perdendo no tempo. Não podemos nos esquecer que as Grandes Lojas foram fundadas com Carta Constitutiva do Supremo Conselho (também sem comentários adicionais). Hoje, na GLESP, temos a oportunidade de escolher entre oito Ritos e não temos o direito – e nem podemos - misturar uns com os outros. Sejamos autênticos, preservando e conservando as tradições e belezas de cada um dos Ritos. 


 (*) Ir. Hamilton Oceano Martins,ex-V.M., Membro da A.R.L.S.“O Despertar da Consciência” Nr. 588 – Rito Schröder – GLESP Or. de São Paulo – SP04 de setembro de 2016

CERIMÔNIA MAGNA DE INICIAÇÃO


No dia 19 de outubro a ARLS Verdadeiros Irmãos, 669 iniciou o agora irmão João Carlos Soares Gomes de Barros.

Tivemos uma Cerimônia muito bem conduzida e sobretudo abrilhantada pela presença do nosso Respeitável Ir.´. Delegado Regional, Dermival Gusmões que não poupou esforços para ajudar-nos na realização de tão importante ato.

A Cerimônia terminou com um ágape de confraternização estreitando os laços que nos unem como Verdadeiros Irmãos.

ANULANDO O VOTO & CIDADANIA

Autor: E. Figueiredo


Quando a época da eleição se aproxima algumas vozes, em campanha, começam a se levantar sugerindo para anular o voto ou votar em branco.  E com o advento da Internet, ficou mais acentuado o esforço para incentivar esse tipo de atitude, que não é cívica.  São disparados, como metralhadoras, infinito número de e-mails conclamando os eleitores a seguirem a orientação proposta.

Para convencer, a tática é utilizar vários motivos que são apregoados incessantemente.  Entretanto, quem aceita essas campanhas e se agregam à elas, sem desconfiar, não reconhece que por trás das mensagens de chamamento sempre existe um ou vários políticos que pretendem ganhar as eleições de qualquer maneira, custe o que custar. E, com isso, quem perde é o próprio cidadão, pois está ajudando a eleger o pior e, principalmente, qualquer um que compre voto.

Quem vota nulo, em branco ou, até, deixa de comparecer às urnas, não terá jamais moral para exigir, absolutamente, nada da região onde reside, do Município, do Estado e do seu país.  Com que moral poderá reclamar que seu bairro está necessitando de melhorias ?  Que os impostos não estão sendo usados como manda o figurino ?  Que a iluminação pública não chega à rua em que mora ?  Que a coleta do lixo não é frequente ?  Que a escola dos filhos deixa muito a desejar ? Que não há policiamento suficiente ? Que muitos políticos são incompetentes e corruptos ?  Que faltam leis mais duras para diminuir a bandidagem ?  Que a atenção das autoridades, para o trânsito caótico, é precária?

Na verdade, o ato de votar nulo, em branco ou deixar de votar, é u’a manifestação de falta de cidadania, que contribui para piorar o nível dos ocupantes de cargos públicos.  A omissão, para o ato de votar, não funciona para quem quer tomar posição na luta social e política.

Conclui-se, assim, que quem anula o voto, vota em branco ou não comparece às urnas, não pode jamais exercer sua cidadania plena, que é o exercício dos direitos e deveres civis, políticos e sociais estabelecidos na Constituição.  

(*) E. Figueiredo -  é jornalista - Mtb 34 947 e pertence ao
CERAT - Clube Epistolar Real Arco do Templo  / 
Integra o GEIA –  Grupo de Estudos Iniciáticos Athenas /
Membro do Grupo de Estudos Maçônicos Verdadeiros Irmãos
Obreiro da ARLS Verdadeiros Irmãos– 669 (GLESP)

POR QUE PROFANO? ONDE ESTÁ O BUSÍLIS?

Autor: E. Figueiredo


Assim não profanarão as coisas santas dos
filhos de Israel, que oferecem ao Senhor !

                                Levítico 22:15


Após alguém ser convidado para ingressar na Maçonaria, ao se referir a ele, diz-se que é um candidato ou aspirante a tornar-se Maçom.  Entretanto, não raro os adjetivos passam a ser outros.

Quando Lojas despacham convites para uma Sessão Magna de Iniciação, geralmente informam a Iniciação do "Profano"  e não, como deveria ser, "Candidato".

Em sessões Maçônicas costuma-se dizer, quando um Irmão justifica a ausência de um outro Irmão, que "fulano está ausente por motivos profanos".  Apesar de todos os presentes entenderem a mensagem, que o motivo pode ser profissional ou social, fica para alguns, que o ausente estaria cometendo algo condenável.  Profano....

Não obstante, a utilização desse adjetivo não está somente nos convites ou nas expressões para justificar ausência.  A própria cerimônia utiliza da palavra o tempo todo.

A Iniciação, para ingresso na Maçonaria, é o ato ou sequência de atos de natureza litúrgica, esotérica e simbólica, pelos quais se aceita um novo adepto e se transmite a ele a filosofia e a doutrina da Sublime Ordem.  É um ato ativo de ambas as partes: o primeiro inicia e o segundo se esforça para ser iniciado.  A Iniciação comporta uma morte e uma ressurreição ritualísticas.  O neófito é, simbolicamente, "morto", e, ao fim da cerimônia, é considerado um homem novo. 

SIC TRANSIT GLORIA MUNDI ! - Renasceu !

A Iniciação equivale ao amadurecimento espiritual.

No Ritual de Aprendiz, uma explicação antes do texto da cerimônia de Iniciação, no item INICIAÇÃO, a referência é mesmo "candidato". Mas, no item DA PREPARAÇÃO DO CANDIDATO, a explicação inicia assim:

"O profano deve ser conduzido à Loja por seu padrinho......"

Já no item CÂMARA DE REFLEXÃO o candidato recebe o nome de Recipiendário (Que alguns dicionários dão como "aquele que é recebido em uma academia, em uma corporação de letrados, de sábios.")

No Ritual da cerimônia de Iniciação, propriamente dito, esporadicamente se fala "candidato", sempre se menciona "Profano".

No início da cerimônia, quando o Irmão Experto retorna da Câmara de Reflexão com a espada em punho, tendo na ponta espetado o testamento, ele diz:

"Venerável Mestre, o Profano cumpriu sua primeira obrigação !"

O Orador lê o documento e o Venerável Mestre pergunta:

"Meus Irmãos, estais satisfeitos com as respostas do Profano ?"

(Observe-se que a palavra Profano é sempre grafada com a primeira letra em maiúscula!)

Durante toda a cerimônia, o candidato é referido como profano.

Nos dicionários, profano é tudo que transgride as regras sagradas, o que torna contrário ao respeito devido às coisas divinas.  Gramaticalmente, profano é adjetivo que qualifica o que é estranho à religião.  O adjetivo profano vem do latim profanus: pro (=ante) + fanum (templo).  Aquelas pessoas que estavam dentro do templo eram consideradas sagradas ou religiosas;  as que ficavam fora ou na frente do templo eram as não religiosas, ou profanas.

Na Bíblia Sagrada, a palavra profano aparece em diversos capítulos.  Por exemplo, no livro do profeta Ezequiel, capítulo 44, versículo 23, reza:

"E a meu povo ensinarão a distinguir entre o santo e o profano, e o farão discernir entre o impuro e o puro !"

Acontece que a Maçonaria não é religião !

Se a Maçonaria não é religião não caberia, portanto, o adjetivo Profano para o candidato ingressar na Sublime Ordem !

Os mesmos dicionários dão como antônimo de profano as palavras "divino" e "santo", dentre outras, o quê nos direciona, também, à religião.

Qual seria a reação de um homem, ao ser convidado para ingressar na Maçonaria, dizer a ele que é um profano ?  Inaceitável admitir tratar-se de uma gramática própria como na política, no cinema, na produção de automóveis e na sociedade.

Compreende-se que esse raciocínio, para os não iniciados serem tratados de profanos, não tem essa designação porque os Maçons seriam preconceituosos ou desrespeitosos para quem não pertence à Sublime Ordem, mas sim por serem estranhos e alheios aos conhecimentos dos assuntos ligados à Maçonaria.  Ao analisarmos bem, seria um paradoxo trazer um profano de verdade para um ambiente de moral Maçônica, que é o maior escopo da Instituição.  E, nesse contexto, há de se convir, jamais um Maçom convidaria alguém para ingressar na Ordem sabendo-se que seria uma pessoa profana, na melhor acepção da palavra e por mais tênues quem fossem os sinais.

Como substituir a palavra "Profano" se os seus sinônimos são "sacrílego", Ímpio", "Irreverente", "Irreligioso", "libertino", todos eles se referindo transgredir, violar, infringir uma regra sagrada ??!...

Aí é que está o busílis !....



Obras consultadas:
   Eliade, Mircea - O Sagrado e o Profano
      Huxley, Francis  - O Sagrado e o Profano
         Pacheco, jr,  Walter - Entre o Esquadro e o Compasso
            Siqueira, Francisco Mello - Jesus e a Moral Maçônica
   Ritual de Aprendiz  - GLESP
      Bíblia Sagrada

(*) E. Figueiredo – é jornalista – Mtb 34 947 e pertence ao
                                               CERAT – Clube Epistolar Real Arco do Templo/
                                               Integra o GEIA – Grupo de Estudos Iniciáticos Athenas/
                                               Membro do GEMVI – Grupo de Estudos Maçônicos Verdadeiros Irmãos/
                                               Obreiro da ARLS Verdadeiros Irmãos – 669 – (GLESP)


OS LANDMARKS

Autor: Ir.´. Caio R. Reis


Antes de iniciarmos o nosso trabalho, resta definir o que vem a ser um “landmark”. A palavra é inglesa e se buscarmos uma tradução literal no dicionário, vamos encontrar a palavra marco.
No meu entendimento, marco ainda não é melhor tradução para “landmark”. Eu, numa tradução livre o chamaria de ponto notável. Ponto notável de que?

Muito bem, nos primórdios da Maçonaria, tal qual hoje ela é conhecida, houve na Inglaterra, a necessidade de se escrever uma Constituição a qual permanece até os nossos tempos. Naquela época existia uma excrecência maçônica que era a admissão nos trabalhos e nos Templos Maçônicos, de religiosos e médicos, mesmo não tendo eles sido iniciados em nossos augustos mistérios.

Assim sendo, foi escolhido junto com outros maçons notáveis da época um Pastor Presbiteriano chamado Reverendo James Anderson para desempenhar tal tarefa. Dizem alguns estudiosos maçons que há dúvidas se o Rev. Anderson era verdadeiramente maçom, isto é se havia sido regularmente iniciado.

Foi desta forma escrita a Constituição Maçônica onde se percebe claramente a influência religiosa do ortodoxo Rev. Anderson.

Logo no início da Constituição pode ser lido o seguinte trecho: “pela sua missão, um maçom é OBRIGADO a obedecer a Lei Moral, e nunca será um estúpido ateu, nem um Libertino Irreligioso”. A palavra libertino no caso tem o seguinte significado: “que ou aquele que revela irreverência a regras e dogmas estabelecidos, especialmente à religião e à prática desta”. Ora, onde está a tão apregoada liberdade na Maçonaria? Ser livre e de bons costumes. Como pode haver liberdade se nos obrigam a seguir dogmas religiosos e praticar uma religião?

Bem, querendo ou não esta é a Constituição que temos e que com o passar dos anos foi um pouco abrandada através da introdução dos “landmarks”.
Os “landmarks” são pontos notáveis e agora me permito usar a minha tradução, extraídos desta Constituição e que devem ser rigorosamente obedecidos pelos Maçons.
Ocorre que a extração destes pontos notáveis não foi feita apenas por um único maçom e desta forma temos dezenas de conjuntos de “landmarks” utilizados conforme a conveniência de cada Potência Maçônica que os adota.

Os “landmarks” adotados pela GLESP foram escritos por um médico americano chamado Dr. Albert Galletin Mackey, são em número de vinte e cinco e suavizam bastante a escrita original da Constituição, principalmente quando trata da crença no G.´.A.´.D.´.U.´..

Outros ritos, como é o caso do Rito Moderno adotaram os nove “landmarks” do Ir.´. J.G. Findel e assim as diversas Grande Lojas Americanas adotam cada qual o tipo de “landmarks” que consideram mais conveniente, escritos por diferentes irmãos e variando em número e em conteúdo.

Deixemos portanto claro que os “landmarks” surgiram bem mais tarde do que a Constituição e no meu entender foi uma forma encontrada para abrandar o radicalismo religioso que até hoje transparece em nosso rituais.

Cada conjunto de “landmarks” é intocável e imutável e são tratados como cláusulas pétreas. Pode, entretanto a Potência Maçônica mudar o seu conjunto de “landmarks”, adaptando-os da forma mais conveniente.



MAÇONARIA & ISLAMISMO

Autor: Ir.´. Julio Cesar Carvalho dos Santos

O Islamismo originou-se nas redondezas da cidade de Meca, na atual Arábia Saudita, por volta do ano 600 d.C. Naquela época, um pequeno mercador chamado Maomé relatou que, em um de seus retiros espirituais, recebeu a palavra divina através do anjo Gabriel, que lhe revelou a existên­cia de um único Deus (chamado Alá), criador do mundo e juiz de todos os homens. Disse ainda que o Paraíso só seria atingido pelos homens que amassem a esse Deus com sinceridade absoluta, a ele dirigissem suas preces diárias e praticassem a caridade por toda a vida.

Maomé realizava a pregação do islamismo especialmente no povoado em que vivia, Meca, que nessa época era o centro de cultos politeístas e para onde se dirigiam milhares de peregrinos to­dos os anos. A nova religião pregada por Maomé era monoteísta e, por isso, ameaçava essas cren­ças, pondo em risco os negócios dos comerciantes locais. Por isso, Maomé passou a ser perseguido e ameaçado de morte. Para proteger-se, fugiu para um povoado vizinho, chamado Iatrebe, onde con­quistou proteção e apoio popular. Logo conseguiu unificar e chefiar várias tribos regionais, criando um poderoso exército.

O exército de crentes formado por Maomé pas­sou a atacar caravanas que se dirigiam a Meca, en­riquecendo e ampliando seu poder. As constantes vitórias fortaleceram a unidade do grupo e chama­ram a atenção de novas tribos, facilitando a expansão do islamismo. Maomé fundou, então, o Islão, um Estado teocrático, com sede na cidade de Iatrebe, que passou a ser chamada de Medina (Cidade do Profeta). Foi a partir dessa época que o termo islamita começou a designar a pessoa que vive no Islão e segue a religião islamita, e o termo muçulmano, a significar aquele que é fiel e se submete ao islamismo.

 A relação entre Islamismo e Maçonaria sempre foi tema obscuro, delicado, polêmico, e por isso evitado por muitos autores. Quando das raras vezes abordado, os autores se restringem em citar Lojas e Obediências que existiram e existem nos países árabes e, de modo geral, param por aí. Uma postura um tanto quanto incoerente se observarmos os objetivos maçônicos da livre pesquisa da verdade, da busca pela justiça e do combate à ignorância, a intolerância e o fanatismo.
Após o triste dia de 11/09/01, muito se tem falado sobre o Islamismo, o qual teve sua imagem de certa forma manchada no mundo ocidental com o marcante incidente. Apesar dos esforços das autoridades, uma onda de intolerância e preconceito, reforçada pela ignorância, tem caído sobre o Islã e seus adeptos no Ocidente desde então.
O Islamismo não é uma religião radical. É apenas uma religião como as demais que, por ter mais de 1,5 bilhão de adeptos, possui algumas vertentes baseadas em diferentes
interpretações de diferentes passagens de seu livro sagrado, sendo que apenas uma minoria dessas é radical. 

O mesmo ocorre no Cristianismo, que também possui suas vertentes minoritárias radicais, fanáticas, baseadas em diferentes interpretações de suas sagradas escrituras. Não é toda mulher muçulmana que usa burca ou véu, assim como não é toda mulher cristã que tem cabelo até o joelho e saia até o calcanhar.

Por isso, não se pode julgar 1,5 bilhão de pessoas presentes em dezenas de países com base em grupos terroristas que agem por si próprios e sem a concordância de qualquer país ou mesmo de autoridades religiosas.
De acordo com trabalho do autor Kennyo Ismail no site O Esquadro, Vejamos o Islamismo perante a Maçonaria:
 Islã: lua e estrela


Como já esclarecido, não existe uma autoridade que fale em nome da religião muçulmana. Assim sendo, é impossível que o Islamismo seja oficialmente a favor ou contra a Maçonaria. Diferente disso, outras Igrejas já se declararam oficialmente contrárias à Maçonaria, como a Igreja Católica e algumas outras Igrejas Cristãs de menor porte. Mesmo assim, isso não impediu que muitos dos fiéis dessas, sendo homens livres e de bons costumes, ingressassem na Ordem Maçônica nos últimos séculos.
Alguns maçons podem pensar que a Maçonaria talvez seja incompatível com a fé islâmica por conta de sua simbologia. Afinal de contas, muito da Maçonaria está relacionado ao Templo de Salomão, e em muitos graus de muitos ritos vê-se símbolos como letras em hebraico, cruzes, etc. Deve-se ter em mente que existem dezenas e dezenas de ritos maçônicos, sendo que alguns têm maior influência de uma ou outra religião, cultura ou época. Assim, temos ritos maçônicos com influências católicas, protestantes, judaicas, iluministas, egípcias, muçulmanas, cavaleirescas, nacionalistas, etc.




Shriners: lua e estrela

Ainda nesse sentido, observa-se que a Maçonaria é Ordem voltada a homens livres, e essa liberdade também se refere às amarras da intolerância. Um exemplo claro é que muitos dos ritos maçônicos fazem referência a “São João”, ou aos “Santos de nome João”, enquanto que grande parte de seus adeptos são protestantes. Isso ocorre porque o maçom é homem racional, e compreende que a citação de “São João” não é questão dogmática, e sim referência histórica aos Solstícios.
Já Salomão e a construção de seu templo, tão presentes na Maçonaria, ao contrário do que muitos possam presumir, não se encontram apenas na cultura e religião judaica. Esse importante personagem e evento também estão descritos no Alcorão. Para os maometanos, Salomão era um rei dotado por Deus de toda a prudência e sabedoria, um grande profeta como todos os descendentes de Davi estariam predestinados a ser. E sua importância era tamanha que Deus ordenou que os homens e “gênios” obedecessem a suas ordens e trabalhassem na construção de seu templo e palácio.
Gênios? Que gênios?
Esse é um ponto tão interessante que mereceu esse destaque. Os gênios estão presentes na cultura árabe desde tempos imemoriais. Seriam seres criados por Deus, invisíveis, mas que possuem a habilidade de se materializarem entre os homens e realizarem feitos notáveis. Não são anjos, pois possuem o livre-arbítrio e podem ser castigados ou mesmo aprisionados. Dessas crenças surgiu o famoso “gênio da lâmpada”, tão explorado em contos infantis. Esses gênios teriam, sob as ordens de Salomão, auxiliado os homens na construção de seu templo.
As duas faces da moeda


Templários - Rito de York


A questão religiosa está presente na Maçonaria desde seu início e, apesar de não ser discutida nas Lojas, está mais em voga do que nunca. Prova disso é que, nos últimos anos, os Nobres Shriners, instituição maçônica fundada no século XIX com temática e simbologia árabe, vem discutindo sobre a redução dessa influência árabe na instituição. Em contrapartida, as históricas críticas à Ordem dos Cavaleiros Templários, último degrau do Rito de York e restrito aos maçons que professam a fé cristã, continuam mais presentes do que nunca. Qual seria o caminho ideal: a busca pela universalidade ou a promoção das diferenças?
Há uma reação geral à Maçonaria no mundo islâmico. Depois que Clemente XII excomungou a Maçonaria em 1738, sob a pressão de seus súditos cristãos e com a aprovação dos “ulemas” (teólogos islâmicos) que estavam pensando que “Se o Papa declara que os maçons são ateus, deve haver alguma verdade em suas palavras”, e o Sultão Mahmut I proibiu a Maçonaria. Desde essa data “Maçom” tornou-se sinônimo de “ateu” no Império Otomano.
A Maçonaria é proibida, em geral, nos países árabes. Houve um florescimento da Maçonaria na Argélia, antes de sua independência. A Maçonaria é proibida em todos os países árabes, exceto o Líbano e Marrocos. As lojas trabalhando nas bases americanas nesses países são uma exceção
De acordo com o trabalho do nosso Ir.’. Emerson Gonçalves da Rocha, ele sita uma lista feita por Leon Zeldis (escritor maçom Israelense) de nações de maioria islâmica que
oficialmente proibiram ou existem restrições a Maçonaria:

Afeganistão - não são permitidas Lojas
Algeria - A Maçonaria foi banida em 1965
Bangladesh - não são permitidas Lojas
Bahrein - Lojas fechadas e a Maçonaria foi banida em 1970*
Egito - que teve um florescimento da Maçonaria, com mais de 600lojas,todas fechadas em 1956.
Indonésia - A Maçonaria foi banida em 1965.
Iraque - A Maçonaria foi banida após a independência no final da2°Guera Mundial.
Irã -também teve uma maçonaria forte antes da Revolução Islâmica de1978. Muitos Maçons foram assassinados. Não são permitidas Lojas.
Jordânia - Existiam Lojas, o antigo Rei Hussein era maçom, agoranenhuma Loja em atividade.
Kuwait - as Lojas foram banidas em 1992*
Libia - não existem Lojas.
Mauritania - não existem Lojas.
Paquistão - as Lojas foram fechadas em 1980.
Arábia Saudita - não existem Lojas.*
Somália - não existem Lojas.
Sudão - as Lojas foram fechadas em 1956.
Síria - Todas as Lojas foram fechadas depois da 2°Guerra Mundial.
Tunisia - Talvez exista uma Loja Italiana.
Emirados Arabes Unidos - Não existem Lojas.*
Iemen - Não existem Lojas.
Há relatos ocasionais de lojas estabelecidas para os estrangeiros que
trabalham no país, mas fechadas pela população local.
Concluindo a pesquisa, a Maçonaria está para o muçulmano assim como está para o cristão: dependente da ausência de intolerância e fanatismo por parte do fiel, e da ausência de ignorância por parte dos demais integrantes.
A durabilidade e sucesso da Maçonaria sempre se deveu ao fato de sua união ser baseada nos pontos comuns e sua riqueza nos pontos diferentes. Enquanto os diversos Ritos, Ordens internas e Corpos aliados proporcionam ao maçom participar daquilo com que se identifica, cujos valores compartilha, todos os membros dessas instituições se sentem integrantes de uma única família, e constroem a fraternidade sobre os landmarks que tornam a todos iguais: a crença num Ser Supremo e na imortalidade da alma.
O Dr. SM Ghazanfar, professor emérito da Universidade de Idaho, escreveu em um de seus artigos que “alienantes por aqueles que são diferentes, nós acabamos nos afastando e diminuindo nossa própria humanidade”. Que a Maçonaria, essa Sublime Ordem cuja finalidade é a felicidade da humanidade, saiba renovar seu compromisso de unir os diferentes pelo que eles têm em comum




ZORRO ERA MAÇOM?


Autor: E. Figueiredo



Se o homem nasceu livre, deve governar-se;          
se ele tem tiranos, deve destroná-los !
                                       Voltaire (1694-1778)

Don Diego de La Vega !

Para os fãs do Zorro, personagem criado pelo escritor norte-americano Johnston McCulley (1933-1958) cuja estória foi várias vezes filmada, o nome de Don Diego de La Vega soa familiar.

Zorro é um personagem de ficção, criado em 1919.  Ele é apresentado como alter-ego de Don Diego de La Vega, um jovem membro da aristocracia da Califórnia Espanhola, em meados do século XIX, durante a era do domínio mexicano, entre 1821 e 1846.

O herói mascarado é apresentado pela primeira vez na revista norte-americana chamada  All Story Weekly, com o nome de "The Curse of Capistrano" (A Maldição de Capistrano) e logo conseguiu alcançar grande sucesso.

Diferentes gerações, em distintas regiões e circunstâncias culturais, têm-se empolgado com as proezas difíceis e arrojadas, do ágil herói de rosto vendado, de capa e espada em punho.

O enredo mostra Don Diego retornando da Europa, depois de um longo período de educação, e encontra o povo da Califórnia passando por agruras.  Frente à essa situação, passa a defender os fracos e oprimidos sob uma máscara e uma capa preta, empunhando uma espada e cavalgando um cavalo, também negro, de nome Tornado.  O ar altivo, a espada na mão, chapéu e a capa ajudam a criar a imagem de mistério.  Quem seria o herói solitário e desconhecido que ali se esconde e intervém nos momentos em que a justiça dos homens falha ?  A figura passaria a ser chamada de "Zorro" pela população, porque seus movimentos e sagacidade lembrariam uma raposa (a tradução em português da palavra "zorro" em espanhol).  Zorro adota a letra "Z" como sua assinatura (três linhas cruzadas) marcando-a com sua espada em paredes, nas roupas de seus inimigos, como sinal de sua presença.  Sem a máscara, a capa e a espada, ele simula ser um homem que se acovarda diante de situação de perigo.

O autor procura dar ao personagem as características de, além de um bandido mascarado, um defensor da população da Califórnia contra os governos tirânicos, opressores, corruptos e outros vilões.  Ele luta pela liberdade !

Fábio Troncarelli, historiador da cultura italiana, publicou um livro sobre o mito Zorro apontando que ele teria sido Maçom ( ! ).

Segundo Troncarelli, o criador de Zorro se filiou à Sublime Ordem e se inspirou nas novelas de outro companheiro Maçom, Vicente Riva Palacio (1832-1896).  Cita, também, que a letra "Z" é apenas um símbolo que, inscrito no pentagrama, representa, para os Maçons, força moral e honradez.  Troncarelli afirma, ainda, que apesar das aparências, Zorro não é simplesmente um homem de ação, mas também um herói que recorre à força para afirmar a cultura e a sabedoria, a exemplo dos princípios Maçônicos.  O confronto entre sombra e a luz, enquanto elemento central na definição da experiência Maçônica, tem na vida do herói uma presença efetiva, e, ainda que a existência desse aproximação, na criação do mito, permaneça duvidosa.

A figura de Zorro pode ter sido inspirada na personalidade histórica do mexicano Joaquin Murrieta (1829-1853) uma celebridade lendária na Califórnia durante o período da febre do ouro.  Dependendo do ponto de vista, era um bandido ou um patriota mexicano. Para alguns ativistas políticos o seu nome tem simbolizado resistência latino-americano ante a dominação econômico-cultural dos britânicos nas terras da Califórnia, da época.

A letra "Z", com seu sentido de resplendor, uma alusão à sua Luz Criadora, aparece estampada no avental do Grau 4 (Mestre Secreto).  É a inicial da Palavra de Passe, que por sua vez também é uma espécie de chave que abre a Loja ao Mestre Secreto.  Durante os trabalhos todos os presentes deverão estar vestidos de preto.

A simbologia, pois, do Zorro com a Maçonaria (Máscara, a letra "Z" e as indumentárias negras) estão presentes na ritualística Maçônica.

E o verdadeiro Maçom tem o espírito de ZORRO !!!













Obras consultadas:

   Allende, Isabel - Zorro - O começo da Lenda
      McCulley, Johnston - A Marca do Zorro
         Troncarelli, Fábio - La leyendade "Zorro" y la Inquisición en México   

Ritual do Grau 4 (Mestre Secreto)