Autor: Ir.´. João Carlos Castilho
Vivemos uma sociedade de
consumo, com valores e princípios cada vez mais afastados daquilo que para mim traz
ao Homem a sua real felicidade.
Tudo tem mudado rápido
demais, deteriorando as relações nas nossas famílias e na sociedade.
Assim vejamos:
Nossas
crianças...
Nossas crianças crescem diante
de uma realidade de inversão de valores, que no passado formavam o alicerce da
nossa sociedade estabelecendo os direitos e as obrigações de cada ser humano
desde a infância.
Vejamos a relação das
crianças com nas escolas com os professores. Perdemos grande parte do respeito
que tínhamos. Bastava um olhar, seja do professor ou de um inspetor de aluno e
pronto, estávamos prontos a obedecer e a respeitar as regras daquela instituição.
Hoje nos deparamos com
Diretores e Professores sendo afrontados, ameaçados e até mesmo agredidos fisicamente
ou moralmente pelos alunos, levando-os a perderem o interesse e a paixão pelo seu
trabalho.
Isso sem falar na falta de
reconhecimento dos órgãos públicos, que fazem questão de não investir na
Educação para manter o povo cada vez mais carente do conhecimento e principalmente
cegos de seus direitos.
Nossas crianças hoje não
recebem mais uma educação baseada em direitos, obrigações e principalmente
respeito. Ou pelo menos, esta educação está bastante comprometida.
A sociedade moderna
estabeleceu uma moeda de troca “o consumo” de forma a cobrir determinadas
lacunas abertas nas relações entre pais e filhos. Celulares, Ipad, brinquedos
cada vez mais caros, roupas, tênis de marca, etc., tudo isso, no final, acaba empilhado
nos armários de nossas casas, desencadeando ansiedades e frustações pelo “ter -
possuir”.
Será que nossas crianças são
mais felizes hoje brincando com jogos eletrônicos no computador, presos dentro
de seus quartos sem comunicar-se com seus pais, do que as crianças que
brincavam com bonecas de pano ou bolas de meia, tratores feitos com latas de
óleo?
Nossos
jovens adolescentes...
Existem aqui alguns pontos
importantes que também gostaria de trazer a reflexão.
As drogas e bebidas:
infelizmente, a mídia e esta sociedade moderna têm colaborado de forma
destrutiva para estimular cada vez mais nossos jovens para experimentar as
bebidas, o que sabemos ser a porta de entrada para as drogas.
Para mim esse tem sido a causa
dos principais problemas que afetam hoje a nossa sociedade e as estruturas
familiares.
No passado, o cigarro era
associado à imagem do “Sucesso” nos diversos meios de comunicação, mais tarde
descobrimos todos os malefícios que o cigarro traz ao nosso corpo. Hoje temos
os anúncios das bebidas nos comerciais de televisão, associado a mulheres
bonitas em praias paradisíacas estimulando nossos jovens ao uso de bebidas como
forma de serem aceitos nos grupos em que frequentam e em busca do mesmo “sucesso”.
Antigamente, um a cada dez
jovens poderia estar envolvido com consumo de bebidas ou de drogas, e tínhamos
princípios e valores trazidos do berço da família que nos afastava destas
amizades de forma natural, agindo como uma barreira protetora.
Hoje, a minha percepção é de
que esta relação está inversamente proporcional. A maioria dos jovens faz uso
de grande quantidade de bebidas alcoólicas e de drogas de forma contínua,
provocando transformações em seus corpos, diminuindo seu nível de inteligência e
levando estes jovens a terem atitudes que inevitavelmente levam a destruição de
suas vidas, da família e por consequência da sociedade.
Cada vez mais cedo, nossos
jovens são estimulados a beber e a experimentar drogas, enriquecendo os bolsos
de traficantes e das empresas fabricantes das bebidas alcoólicas. Tudo isso
acontecendo diante de nossos olhos.
O
namoro e as relações entre os jovens:
vejo aqui outro ponto bastante destrutivo para nossa sociedade.
Não existe mais o galanteio,
o romantismo a conquista, tudo isso se tornou uma coisa ultrapassada.
Mais uma vez altamente
influenciado por meios de comunicação que entram em nossas casas como uma espécie
de escola ao avesso, transmitindo valores que cada vez mais destroem a moral da
nossa sociedade, e o pior serve como guia nas mudanças de comportamentos dos
nossos jovens. Agora tudo é natural, tudo é permitido.
O sexo já não é mais fruto
do amor, mas da posse.
A pergunta agora é “quem
pegou quem” ou “quantos você vai pegar nesta noite”.
Meninos e meninas começam
cada vez mais cedo a manter relações sexuais, normalmente de forma insegura
aumentando os casos de gravidez precoce e DST, basta ver as estatísticas nos
noticiários.
Os casamentos, anunciados
pelos carros que passavam buzinando em frente de nossas casas, agora é coisa do
passado.
Hoje, o sexo antes do
casamento tornou-se comum. Nos primeiros encontros suas necessidades
fisiológicas já são atendidas, como se fossem casados. Então, por que assumir
responsabilidades com o casamento? Por que construir família?
Outra mudança que me
incomoda é quanto ao horário para sair a noite para se divertir. Antigamente,
voltávamos para casa por volta de 10 – 11 horas da noite, hoje nossos jovens
saem de casa neste horário, para o que eles chamam de “balada” regada de muita
bebida e drogas, em qualquer dia da semana.
No dia seguinte, voltam para
suas casas com a luz do sol, dirigindo seus carros sem que tenham a menor
condição para isso, colocando em risco a vida de outras pessoas e as suas
próprias vidas.
Será que os jovens de hoje
são felizes por completo?
Será que eles realizam seus
sonhos? Principalmente as mulheres, será que são mesmo felizes?
Os
casamentos ...
Vejo aqui outra grande
transformação ao avesso da sociedade.
O casamento de hoje é como a
compra de um objeto luxuoso e cada vez mais descartável.
Não existe mais o
compromisso para a vida toda, a vontade de crescer juntos, de compreender e
aceitar os defeitos e valorizar as virtudes do companheiro.
O respeito e principalmente
o cuidado com a manutenção da família deixou de ser prioridade.
Crianças são obrigadas a
aprender a sobreviver a essa modernidade toda. Seus pais se separam logo nos
primeiros anos de suas vidas, quando elas mais precisam deles juntos, no
momento da construção de seus valores.
Assim, a primeira lição que passamos
para nossos filhos hoje é que a Família já não é tão importante. Basta uma
assinatura e pronto, em menos de um dia está tudo acabado, cada um vai para um
lado e as crianças ficam no meio de tudo isso, mesmo que ainda não tenha a
capacidade de compreender porque não tem mais a presença diária de seus pais
juntos para lhe proteger e mostrar os melhores caminhos da vida.
Surge então a moeda de troca,
“o consumo” como um remédio para tapar as feridas causadas pela separação de
seus pais, tornando-as mimadas e contribuindo para desencadear o comportamento “eu
posso ter tudo que quero”.
Será que essas crianças
estarão preparadas para respeitar seu semelhante ou os espaços e as regras
impostas pela convivência em sociedade?
A
busca pelo primeiro emprego...
Antigamente, o jovem
começava a trabalhar e assumir suas responsabilidades mais cedo (aos 14 anos ou
até antes), trabalhava de dia e estudava a noite. Ajudando a trazer o sustendo
para sua casa e ao mesmo tempo preparando para um dia ter sua própria família,
seu futuro.
Hoje, os jovens demoram mais
para iniciar suas carreiras, e o pior, utilizam esse tempo livre em bares nas
portas das escolas ou faculdade bebendo e aprendendo tudo aquilo que não agrega
valor algum a suas vidas.
Finalmente,
os meios de comunicação, um dos principais responsáveis por essa mudança ao
avesso.
Diariamente somos
bombardeados por uma série de programas de televisão, novelas e músicas que cada
vez mais passam mensagens destrutivas às estruturas familiares e a sociedade.
Não que eu seja a favor da Censura,
mas não consigo aceitar calado tamanha liberdade dos atuais programas de
televisão, que levam a sociedade a realizar todos os tipos de desmandos, estimulando
nossas crianças e jovens a agirem sem se preocupar com os princípios do
respeito e da moral, dos direitos e das obrigações.
Uma inversão de valores
alarmante. “Artistas” sendo altamente
recompensados por “trabalhos descartáveis sem conteúdo algum” expostos na mídia
de forma inconsequente.
Para mim, a sociedade esta tendo
o seu direito de escolha reprimido por conta de ausência de uma censura mínima
e uma liberdade de expressão inconsequente e danosa aos princípios da moral e
da construção de uma Sociedade mais justa e perfeita.
Concluindo...
Sei que não podemos ser tão pessimistas,
sei também que nem tudo mudou para pior, conquistamos grandes avanços: a
democracia, o direito de expressão. Estamos construindo o caminho da plena
igualdade entre os direitos do homem e da mulher.
Não podemos passar esta
imagem tão negativa para as futuras gerações, mas quis aqui somente trazer uma reflexão
sobre estas transformações que percebo na sociedade e que de alguma forma me
incomoda e me faz buscar resposta às perguntas:
Porque
deixamos a sociedade mudar tanto?
Para
onde esta caminhando nossa Sociedade?
Como
resgatar nossos antigos valores?
O
que podemos fazer para impedir que essas mudanças tragam tantos malefícios as
estruturas familiares e a sociedade?
Que
tipo de sociedade terão nossos netos e bisnetos?
Devemos
assistir inertes toda essa transformação e inversão de valores?
Que
influência tem tido os meios de comunicação nessa mudança? Eles são os únicos
responsáveis?
Qual
deve ser o papel dos meios de comunicação na Sociedade?
Qual
deve ser o nosso papel na construção da Sociedade?
Artigo enviado pelo Irmão Marco
Zorzetto
Tema : Turma Feminina da Escola
Naval de 2014.
Nós somos a sociedade. Nós somos a plateia.
Nós devemos dizer qual o espetáculo deve acabar.
Estamos aplaudindo coisas erradas, damos ibope a pessoas
erradas.
O país não mudará se nós não mudarmos o foco!
Os políticos não mudarão se nós não refletirmos os
valores que queremos para nossa sociedade!
Precisamos nos posicionar.