Autor: Ir.´. Dilson C. A. Azevedo
Foster
Bailey (1888-1977) foi Maçom do Grau 32 (Grande Loja do Estado de
Massachussets).
Era
casado com a escritora mística Alice Bailey ligada a Sociedade Teosófica.
Inicia
ele seu famoso livro “O Espírito da Maçonaria”, com as considerações abaixo
transcritas:
ORDEM
CERIMONIAL
“Que o Templo do Senhor seja construído”,
gritou o sétimo grande anjo. Então para os Seus lugares no Norte, no Sul, no
Ocidente e no Oriente, sete grandes Filhos de Deus moveram-se com passo medido
e ocuparam os Seus assentos. O trabalho de construção era começado.
As portas foram fechadas e vigiadas. As luzes
brilhavam esbatidas. As paredes do Templo não podiam ser vistas. Os Sete
estavam silenciosos e as Suas formas estavam veladas. O tempo não tinha chegado
para a irrupção da LUZ. A PALAVRA não podia ser pronunciada. Só um silêncio
reinava. Entre as sete Formas, o trabalho prosseguia. Uma chamada silenciosa
partiu de cada um para o outro. Todavia, a porta do Templo permanecia
fechada... À medida que o tempo passava, fora das portas do Templo, os sons da
vida eram ouvidos. A porta era aberta e a porta era fechada. Cada vez que
abria, um Filho de Deus menor era admitido e o poder dentro do Templo crescia.
Cada vez, a luz crescia com mais força. Assim, um por um, os filhos dos homens
entravam no Templo. Passavam de Norte para Sul, de Ocidente para Oriente e, no
centro, no coração, encontraram luz, encontraram compreensão e o poder para
trabalhar. Entraram pela porta. Passaram perante os Sete. Ergueram o véu do
Templo e entraram na luz.
O Templo crescia em beleza. As suas linhas,
as suas paredes, as suas decorações e a sua largura, profundidade e altura
emergiram lentamente na luz.
Vinda do Oriente, uma palavra partiu: “Abri a
porta a todos os filhos dos homens, que vêm de todos os vales obscurecidos da
terra e deixai-os procurar o Templo do Senhor. Dai-lhes a luz. Desvelai o
santuário interior e, pelo trabalho de todos os Obreiros do Senhor estendei o
Templo do Senhor, e assim irradiai os mundos. Fazei soar a Palavra criativa e
levantai os mortos para a vida.”
Assim será o Templo da Luz levado do céu para
a terra. Assim serão as suas paredes erguidas sobre as planícies da Terra.
Assim a luz revelará e alimentará todos os sonhos dos homens.
Então, o Mestre do Oriente despertará todos
que estão adormecidos. Então, o Vigilante no Ocidente experimentará e provará
todos os verdadeiros buscadores da luz. Então, o Vigilante do Sul instruirá e
auxiliará os cegos. Então, o portão para o Norte ficará completamente aberto,
pois aí o Mestre invisível permanece com mão acolhedora e coração compreensivo
para conduzir o candidato para o Oriente, onde a verdadeira luz continua a
brilhar...
“Mas por que esta abertura das portas do
Templo?” interrogam os maiores dos Sete, os Três sentados. “Porque chegou a
hora; os Obreiros estão preparados. Deus criou na luz. Os Seus filhos podem
agora criar. Não existe mais nada para fazer”.
“Faça-se assim,” veio a resposta dos maiores
dos Sete, os Três sentados.“ O trabalho pode agora começar. Que todos os filhos
da Terra comecem a trabalhar.”
Trata-se de uma visão espiritualista e
pessoal acerca da nossa Ordem em outro plano dimensional.
Alguns podem criticá-lo...
Porém, que seria do mundo sem a Poesia, a
Beleza, a Fantasia?
Escritas em 1957 estas palavras ainda comovem
e estimulam.
Como disse o poeta inglês Keats (1795-1821):
“A
thing of beauty is a joy forever”
(Uma coisa bela é uma alegria para sempre)